O presidente da Câmara Municipal de Marília, Marcos Rezende (PSD), após promulgar lei votada na última sessão de 2019, às escuras, aumentando salários no Legislativo de Marília, apresentou um novo projeto de lei nº 1/2020 para manter os salários dos vereadores a partir de 2021.

Dessa maneira, Rezende corrigiu várias posturas equivocadas da maioria dos edis, alinhando a matéria sobre aumento de salários na Câmara aos anseios populares, mesmo contra sua opinião pessoal.

Isso porque Rezende era favorável ao aumento salarial e nunca escondeu de ninguém. Além disso, “bancou” a promulgação da lei que aumentava o salário, mesmo contra a maioria de vereadores.

E fez isso com base em uma necessidade de caráter públco: cumprir determinação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) para definir o ato fixatório relacionado aos subsídios dos vereadores.

Desatado o “rolo”

O imbróglio teve inicio quando um grupo de vereadores, depois de muita pressão popular, arrependeu-se do auto-aumento de salários. Ao recuarem, esse grupo de vereadores tentou revogar a matéria, prejudicando assim o ato fixatório. Tentaram fazer com que o poder Executivo corrigisse o problema. Entretanto, o prefeito Daniel Alonso humilhou-os deixando o grupo sob fogo cruzado da opinião pública.

Rezende manteve firme sua posição: fez valer o ato fixatório com aumento de salários. Demonstrou independência política do poder Executivo e do plenário da Câmara de Vereadores. Assumiu responsabilidades perante a opinião pública, a qual “alvejou-o” durante todo o processo.

E, nesse momento, passou por cima dos seus interesses e opinião pessoal e apresentou um novo projeto solicitando a revogação de artigo que aumentava o salário dos vereadores, conforme posição majoritária da opinião pública e o arrependimento do grupo de vereadores desertores, os quais, apresentaram pedido de revogação à Câmara, o qual ficou sem sentido agora e nem deverá ser posto em plenário.

Rezende fez aquilo que o prefeito Daniel Alonso não teve “culhão” para efetivar. E agora, em medida atabalhoada, o prefeito renúncia o aumento do seu próprio salário para não ficar para trás.

Postura de Estadista

A postura e os procedimentos adotados por Marcos Rezende (PSD), presidente da Câmara de Vereadores de Marília, foi digno de um Estadista. Diferentemente daquilo que parte da mídia e vereadores vem dizendo por aí, não houve “mão de ferro” no processo.

Muito pelo contrário. A ação de Rezende defendeu os interesses institucionais da Câmara de Marília, ou seja, cumpriu seu papel, obedecendo os tramites democráticos. E, simultaneamente, alinhado a opinião pública, mesmo contra sua vontade declarada, revogou o aumento de salário dos vereadores, fazendo aquilo que o prefeito Daniel esquivou-se.

Marcos Rezende colocou-se acima dos próprios interesses pessoais e eleitorais em prol da regra jurídica da Câmara determinada pelo TCE – SP. Pensou nas próximas gerações e não na próxima eleição. E, dessa maneira, tem lugar no panteão de Estadistas marilienses na presidência do Legislativo da cidade. E são poucos aqueles que assim se portaram.