A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Marília anunciou, no final da manhã desta quinta-feira, 23 de julho, o boletim nº 141, com a atualização de 47 novos casos positivos para Covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus, Sars-CoV-2) na cidade. A média móvel, relação temporal de casos totais dos últimos sete dias, dobrou, segundo o informe.

Boletim também trouxe atualizações com o aumento no número de casos descartados, curados e transmissíveis. Todos os óbitos suspeitos foram descartados, enquanto que o número total de pacientes aguardando exames diminuiu. Número total de internados também voltou a cair.

Média móvel

Como o Poder Público municipal divulga os dados consolidados no dia, é bem provável que esses dados não representem a situação diária da pandemia na cidade pelo fato de que os números de cada boletim se referem à inclusão desses números em um banco de dados.

Com isso, não é divulgado à população os detalhes de cada ocorrência que são sensíveis às análises periódicas, como, por exemplo, o dia em que um possível paciente começou a apresentar os sintomas, em que dia, em relação aos sintomas, se apresentou a uma unidade de saúde e em qual dia da evolução da doença no organismo os dados foram consolidados e apresentados publicamente. Esses dados só têm sido divulgados quando relacionados aos óbitos confirmados.

Assim é necessário adotar outros meios estatísticos para se analisar esses dados. Como já vem sendo apresentado pela grande imprensa nacional, que tem as mesmas dificuldades que apresentamos acima, passou-se a divulgar também o cálculo da média móvel, um dado que se utiliza da média temporal, neste caso dos sete dias anteriores (como também faz o Plano São Paulo, apesar de não respeitar a semana epidemiológica dos protocolos de saúde internacionais).

Em Marília, nos últimos dias tivemos discrepâncias ao apresentar 70 casos em um dia, depois 6 casos e agora 47. Uma oscilação visível e questionada pelo público do Marília do Bem. Com a análise da média móvel, podemos ver a evolução desses dados durante toda a pandemia. Há sete dias, esse valor era de 14 casos por dia na média dos últimos sete dias. Já hoje (23), essa média mais do que dobrou para 28,71 casos.

Confira o gráfico que elaboramos:

Expectativa de maior flexibilização

Na última reunião do Conselho Municipalista, do qual faz parte o prefeito Daniel Alonso (PSDB), foi divulgada a expectativa da região de Marília (composta por 62 municípios da Diretoria Regional de Saúde), em que haja avanço de Fase no Plano São Paulo, que pode ser anunciada amanhã (24) pelo governo estadual.

“Toda a nossa região vive realmente esta expectativa, pois desde quando foi criado o Plano São Paulo, Marília ainda não teve o privilégio de ter bares e restaurantes abertos, já que a região nunca passou da Fase Laranja. Agora, com a estabilização dos números, tem se a expectativa de avançarmos pelo menos à Fase Amarela”, disse o chefe do Executivo.

A média móvel que apresentamos mostra que, pelo menos quanto aos dados de casos positivos, um dos números sensíveis ao cálculo que posiciona a região dentro das fases do Plano, se mostra em ascensão, passando de 13,43 para 28,71 nas últimas quatro semanas.

A reclassificação do Plano São Paulo será anunciada oficialmente nesta sexta-feira, a partir das 12h30, pelo governador João Doria (PSDB), durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Variações do boletim

Com os números apresentados hoje, Marília continua a ter mais casos na relação entre as duas últimas semanas. Nos últimos sete dias, o município apresentou 201 casos positivos, enquanto que nos sete dias anteriores ao período, foram 98 casos.

Os números de casos em situação de transmissibilidade (quando o vírus pode passar de uma pessoa infectada para outra pessoa) aumentou, registrando 157 casos. Sobre os munícipes que aguardam resultado de exames, a cidade apresentou 189 novas suspeitas, considerando os 278 casos descartados entre os números comparados ao último boletim.

Número de casos

Os dados da Vigilância Epidemiológica de Marília contabilizam, assim, 770 suspeitas (aguardando resultados). São 32 pessoas, sem confirmação da doença, internadas (não há informações sobre o tipo de leito, se clínico ou UTI). Outros 3.758 casos já foram descartados. De acordo com o novo boletim, nenhum óbito conta como suspeito.

Por fim, são 818 casos já confirmados, sendo 18 óbitos e outros 643 considerados curados. Assim, o número de casos positivos evoluído para efetiva recuperação é de 78,6% e a taxa de mortalidade é de 2,2%. Oito pessoas com teste positivo para Covid-19, segundo o boletim, estariam internadas.

Com isso, 157 casos ainda são acompanhados e considerados passíveis de transmissão, sendo 19% das confirmações. Em números totais, portanto, a cidade tem 5.346 notificações, sendo que 14,4% aguardam resposta.

Evolução dos casos suspeitos e confirmados na cidade

De acordo com o Plano São Paulo, a evolução de casos, óbitos e média de internações, em períodos subsequentes de sete dias, são critérios utilizados no cálculo que define a pontuação da região para a liberação das fases do plano (regionalmente). Todos esses números estão disponíveis nos gráficos elaborados pelo Marília do Bem, atualizados a cada boletim.

Ocupação de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) e quantidade de leitos de UTIs para cada 100 mil habitantes também são considerados, mas à parte, como critério específico. Entre evolução da pandemia e estrutura hospitalar, se considera a pior nota, de acordo com o Plano São Paulo.

Esses últimos dados ainda não estão disponíveis diariamente, entretanto, o prefeito Daniel Alonso (PSDB) anunciou, em transmissão ao vivo, que disponibilizará esses dados sistematicamente à imprensa e no portal de transparência. Entretanto, a Vigilância Epidemiológica publicou a aplicação dos dados referentes à semana epidemiológica findada no dia 27 de junho, de mais de três semanas atrás, já com dados defasados. Continuamos no aguardo desses números, conforme anunciado pelo chefe do Executivo.

O Marília do Bem compila os dados oficiais da Vigilância Epidemiológica. Contudo, a cada boletim, nós os apresentamos de forma gráfica para uma melhor análise das hipóteses da disseminação na cidade por acreditar que processar e entender esses números é importante em situações de crise. Veja abaixo:

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