Boletim diário de incertezas
- Ou entre em contato por telefone.
- (14)98839-6695
- (14)98839-6695
- Localização
-
-
Horário de Atendimento:
Boletim diário de incertezas
- Localização
-
-
Horário de Atendimento:
- Ou entre em contato por telefone.
- (14)98839-6695
- (14)98839-6695
- Ou entre em contato por telefone.
- (14)98839-6695
- (14)98839-6695
- Localização
-
-
Horário de Atendimento:
- O agendamento se dará de acordo com a disponibilidade. Retornamos para confirmar.
- Ou entre em contato por telefone.
- (14)98839-6695
- (14)98839-6695
- Localização
-
-
Horário de Atendimento:
Boletim diário de incertezas
- Se preferir entre em contato com a gente.
- (14)98839-6695
- (14)98839-6695
-
Horário de Atendimento:
Boletim diário de incertezas
Boletim diário do coronavírus em Marília escancara cotidianamente que não conseguiremos vislumbrar uma volta à normalidade só com incertezas e suspeitas ler
Já se passaram 34 dias desde que o primeiro paciente suspeito de coronavírus foi divulgado pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Marília.
Medidas de isolamento e distanciamento social local, reestruturações, discussões (a maioria não paritária), pressão política e social, medidas para combater o “vírus da doença e o vírus da economia”, decretos de dentro e de fora, troca de comando de Pasta por motivos político-pessoais, avanços e recuos. Muita coisa aconteceu. Até sugestões covardes “de morrer trabalhando” tivemos que, com muito estômago, lidar.
A cada dia desses que passamos foi publicado um boletim oficial (algumas vezes dois por dia), para deixar a população a par da situação. Uma decisão que se tentava transparente com a centralização de dados oficiais, ato importante e louvável na gestão pública.
Com esses dados, pudemos medir o cotidiano da pandemia, ou pelo menos seu quadro na nossa cidade.
Os dias se passaram e o boletim, que poderia (e deveria) trazer os dados concretos para que todos fizessem sua parte, traz a cada dia novas incertezas. Ontem já eram 95.
O que o Marília do Bem, pacientes, munícipes, pesquisadores, profissionais de saúde, trabalhadores querem saber é: onde estão os resultados dessas 95 suspeitas?
Testar, testar e testar. É o que vem sendo recomendado pelo diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pelo menos desde o início de março, quando a Covid-19 foi declarada pandemia.
Um levantamento realizado pela organização OKBR (Open Knowledge Brasil), que atua na área de transparência e abertura de dados públicos, aponta que 90% dos estados — mais o governo federal — ainda não publicam dados a respeito da disseminação da pandemia. Apenas um dos 28 entes avaliados trazia informações sobre testes disponíveis.
É bem importante enfatizar que, claro, nenhum país testou todos os seus habitantes. Mas a impossibilidade de testar todos não deveria ser desculpa para se testar tão pouco. Sobretudo, do pouco que se testa, ainda não trazer com rapidez e eficácia os resultados.
Todo o estado de São Paulo está sim sendo compreensivo, inclusive nós, quando o argumento é, de acordo com seguidas notas, municipais e da própria administração estadual, de que o Instituto Adolfo Lutz está com uma grande demanda e não tem dado previsão de quando chegarão os resultados.
Porém, há 16 dias, em uma dessas reuniões não paritárias em que se sorri mais do que se discute de fato, o prefeito Daniel Alonso, por conta desse “gargalo”, anunciou a compra de testes rápidos (inicialmente foi dito 10 mil, mas, comprovando-se a eficácia, muitos outros poderiam ser adquiridos).
Também confirmou, entre outras medidas administrativas, a assinatura de um convênio local com o Laboratório São Francisco, para a realização destes testes.
É possível que, com uma média de 4,6 novos casos por dia, levando em consideração somente os dados dos boletins, estaríamos enfrentando um “gargalo” local nessa testagem?
Deixar os números “em suspenso”, como acontece com o boletim diário da Prefeitura de Marília, também traz outras angústias. Desde o dia 10 de abril, somente dois casos foram descartados e outros dois confirmados. No mesmo período, 33 novas suspeitas foram incluídas na lista.
Há diversas outras cidades que adotaram o mesmo princípio de transparência com boletins diários de seus casos. Um dado interessante de alguns desses boletins, e que não temos aqui, é o de casos que tiveram alta.
Por que não sabemos nem dos resultados, nem dos desfechos que se seguiram? Não se quer divulgar a concretude de ações e propagandear certa mansidão, de modo oficial? Não dá pra saber o que se parece mais ineficiente na gestão desse ponto.
A cada boletim, acompanhado com afinco pela equipe do Marília do Bem, se multiplicam em nossas redes sociais comentários com dúvidas sobre os números e essa falta de confirmações. Isso é percebido até mesmo nas postagens oficias do próprio boletim na página da Prefeitura de Marília no Facebook.
O cidadão mariliense quer, sim, saber. Todos querem ter a tranquilidade de conhecer os motivos de porque um caso de mais de 30 dias atrás ainda traz informações como “em isolamento domiciliar” e “aguardando resultado”.
Enquanto cientistas e pesquisadores do país batem na tecla da subnotificação, algo que, sim, pode estar ocorrendo em Marília, dado os protocolos adotados pelo Ministério da Saúde para a testagem só dos quadros de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), nós ainda estamos cobrando os resultados dos nossos exames.
Vencer a pandemia e voltar a alguma normalidade que, talvez, ainda desconhecemos, é, sem dúvida, o desejo de todos. E o quanto antes. O fato inegável que o boletim escancara cotidianamente é que não conseguiremos nem vislumbrar essa normalidade só com incertezas para a tomada de atitudes.