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Pesquisadores brasileiros desenvolvem índice para reduzir atraso de cirurgias eletivas

Acúmulo de pacientes aguardando procedimentos eletivos é um dos desafios para a saúde global, afirmam pesquisadores ler

11 de novembro de 2022 - 19:49

Operações médicas que podem ser agendadas com antecedência são chamadas cirurgias eletivas. No início de 2022, cerca de 200 milhões de pacientes em todo o mundo aguardavam para a realização de procedimentos deste tipo, de acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet, com a participação de pesquisadores do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru.

Com o objetivo de fortalecer a realização dos procedimentos e de reduzir os atrasos crescentes, os cientistas desenvolveram e validaram um Índice de Preparação Cirúrgica – Surgical Preparedness Index (SPI), ferramenta que avalia especificamente a cirurgia eletiva e a preparação do sistema de anestesia. Para isso, os pesquisadores elencaram 23 indicadores globalmente relevantes de preparação cirúrgica em quatro domínios: instalações, pessoal, priorização e processos.

De acordo com o estudo, a aplicação do índice permite identificar alvos e subsidiar políticas públicas e investimentos nos níveis regional e local. Os pesquisadores sugerem ainda que os hospitais devem implementar urgentemente a avaliação anual do indicador e criar planos de ação locais para fortalecer os serviços cirúrgicos eletivos.

Embora a espera para a realização de cirurgias eletivas tenha sido agravada pela pandemia de Covid-19, os estudiosos destacam que este é apenas um dos fatores de impacto ao serviço.

No mundo, epidemias de gripe e do vírus ebola também representaram efeitos significativos na realização dos procedimentos na última década. Além disso, fenômenos naturais associados às mudanças climáticas e situações de conflitos também podem ameaçar o andamento do sistema.

“O acúmulo de pacientes aguardando procedimentos eletivos é agora um dos desafios mais prementes para a saúde global nos próximos dez anos”, destacam os pesquisadores.

Os cientistas afirmam que a metodologia desenvolvida durante a pandemia foi projetada para ser aplicável a qualquer contexto de pressão do sistema de saúde. O estudo aponta que esforços concentrados para lidar com a preparação cirúrgica serão essenciais para lidar com os crescentes atrasos e mitigar os danos aos pacientes que aguardam a cirurgia eletiva.

“Melhorar a preparação provavelmente fortalecerá os serviços cirúrgicos eletivos contra futuros choques externos e apoiará a ampliação da cirurgia para atender às crescentes demandas. Portanto, o SPI apoia uma área de grande prioridade para a Organização Mundial da Saúde para o progresso contínuo em direção ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 [da Organização das Nações Unidas]: Saúde e Bem-estar”, pontuam os pesquisadores.

Fonte: CNN Brasil

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