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Conheça Emerson Cardamoni Urban, também conhecido como "Perneta" ou "Perninha" ler
Em entrevista exclusiva para o Jornal Marília do Bem, Emerson “Perneta”, conta sua história e como conseguiu autógrafos de jogadores do Timão em sua prótese
A paixão pelo Corinthians é uma herança que atravessa gerações, mas para Emerson Cardamoni Urban, de 51 anos, morador de Marília, essa conexão tomou proporções extraordinárias.
Conhecido carinhosamente como “Perneta” ou “Perninha” no bairro onde cresceu, Emerson é um exemplo de resiliência e amor pelo futebol.
Ele compartilhou conosco uma história que mistura superação, criatividade e um gesto emocionante vindo dos jogadores do Timão.
Um Acidente que Mudou Tudo
Em dezembro de 1974, aos três anos, Emerson sofreu um acidente de trem que resultou na amputação de seu pé e mão, além de três fraturas no crânio. Desde então, ele aprendeu a viver com limitações, mas também com um admirável espírito positivo.
Sua primeira prótese, colocada logo após o acidente, ainda está guardada como um símbolo de sua jornada.
“Eu vivo bem, apesar das dificuldades. A prótese faz parte da minha vida, e aprendi a lidar com ela no dia a dia”, conta Emerson.
A Emoção de Ver o Corinthians em Campo
No jogo contra o Água Santa, Emerson viveu um momento inesquecível ao lado de sua esposa Vivian, seu filho Lucas e um primo, Vinícius, que os levou ao estádio.
Essa foi uma experiência especial para a família, marcada por um gesto que atraiu a atenção de todos no estádio: os jogadores autografaram a prótese de Emerson.
A ideia inusitada surgiu após uma tentativa frustrada em um jogo anterior contra o Vasco. Emerson havia pedido assinaturas na camiseta, mas, apesar das promessas dos jogadores, não conseguiu nenhum autógrafo naquele dia.
“Estava bem perto do banco de reservas, conseguia ver eles e fazer sinais para que assinassem minha camiseta, mas eles apenas faziam sinal de “depois” com a mão”, comenta
No Água Santa, a história estava se repetindo, e de repente foi quando decidiu mudar de estratégia e finalmente teve sucesso.
“Camiseta, bola, é comum as pessoas terem assinado. Pros colecionadores, é isso que eles costumam assinar”, disse. “Então eu pensei: ‘Preciso fazer algo diferente para chamar a atenção’. Foi quando decidi tirar a prótese e pedir que assinassem nela”, relembra
Com a ajuda de seu filho, que levou uma caneta, Emerson retirou a prótese que usava e a mostrou do outro lado do vidro que separava a arquibancada do banco de reservas.
O atacante Yuri Alberto foi o primeiro a perceber e chamou o colega Memphis Depay, que estava ao seu lado. Os jogadores então sinalizaram para ele passar a perna pelo vidro.
Um assessor pegou a prótese e a caneta e levou até eles, que prontamente atenderam ao pedido.
“Foi incrível. Eles não hesitaram em assinar. O Memphis, Yuri Alberto, depois o André Ramalho, Romero… Todos assinaram.”, e continua “Ainda tive muita sorte. Nesse jogo, os titulares começaram no banco de reserva, a maioria das assinaturas que ganhei são dos atuais titulares!”
Confira o momento em que, durante o jogo, Emerson comemorava por ter conseguido as assinaturas. Clique aqui para assistir ao vídeo
Um Gesto de Emoção e Reconhecimento
A história não parou por aí. Durante o jogo, o ex-jogador Jadson, que estava no estádio participando de uma transmissão, também foi abordado por Emerson.
“Falei pra ele: ‘Jadson, assina minha perna!’. Ele deu risada, não tinha visto ainda e ficou surpreso com a ideia. Quando viu, não hesitou em assinar também”, conta Emerson.
No final da partida, os jogadores Carlos Magnum e Alex Santana também se aproximaram do vidro, e o torcedor ganhou suas últimas assinaturas.
Para seu filho Lucas, o dia também foi especial. Além de autógrafos na camiseta, ele recebeu o colete de aquecimento de Alex Santana.
“Foi emocionante. Brinquei com o Alex que havia pedido um autografo em outro jogo e ele não deu, apesar de falar que daria no final da partida. Então meu filho pediu a camisa e ele explicou que não podia dar porque já tinha prometido, mas o colete foi um presente que fez meu filho vibrar”, relembra Emerson.
A Relação com o Apelido e a Superação do Preconceito
Emerson é conhecido por “Perneta” ou “Perninha”, apelidos que carrega com orgulho desde a infância.
“Lá no bairro onde eu morava, éramos três Emersons, e cada um tinha um apelido. O meu ficou ‘Perneta’, e até hoje é assim. Para mim, é normal, parte da minha personalidade”, explica.
Ele conta que consegue identificar quando o apelido é usado com carinho ou de forma pejorativa. Deixando claro que existe preconceito, mas a forma como lida com isso faz toda a diferença. Transformando algo que poderia ser negativo em parte da sua história.
Sua abordagem descontraída e positiva inspira muitas pessoas a olharem para a deficiência física sob outra perspectiva.
A Manutenção da Prótese e o Apoio de Amigos
Cuidar da prótese é uma prioridade para Emerson, especialmente agora que ela se tornou um símbolo de sua paixão pelo Corinthians.
Ele recebe apoio de Douglas, da ortopedia Corretiva, que já forneceu uma prótese de banho para ele. A manutenção da prótese também é feita com a ajuda de amigos na Garagem Três Irmãos.
“Lá é onde a gente faz bagunça. Eles costumavam pintá-la de bege, preto, azul… Mas agora, com as assinaturas, ninguém toca mais nela!”, brinca Emerson.
Essa colaboração entre amigos é essencial para manter a prótese em boas condições.
“Visitando a garagem, o Juninho até sugeriu retocar a assinatura do Memphis que estava borrada, mas eu falei: ‘De jeito nenhum!'”, relembra com bom humor.
Confira como está a prótese autografada pelos jogadores do Corinthians, em vídeo gravado por Emerson. Clique aqui para assistir ao vídeo
A Luta por Acessibilidade e o Fornecimento de Próteses no Brasil
A história de Emerson ilustra uma realidade enfrentada por muitas pessoas com deficiência (PCDs) no Brasil. O acesso a próteses pelo SUS é um direito garantido, mas o tempo de espera e a burocracia podem ser um obstáculo.
“Eu tenho um pedido feito pelo ortopedista do posto de saúde, mas ainda não fui chamado”, relata Emerson.
O custo elevado das próteses também dificulta a aquisição por conta própria, fazendo com que muitos brasileiros dependam exclusivamente do sistema público.
A luta por acessibilidade no Brasil vai além das próteses. Ela inclui a adaptação de espaços, veículos e políticas que promovam a inclusão.
Para Emerson, que dirige um carro adaptado e enfrenta desafios diários com sua prótese, a busca por melhores condições é constante.
Uma Paixão Sem Limites
No fim da entrevista, com seu bom humor contagiante, ainda cutuca seu time do coração.
“Quem sabe agora eu não recebo um convite exclusivo para conhecer o estádio, o CT e os jogadores”, diz entre risadas.
A história de Emerson Cardamoni Urban é mais do que um relato sobre superação; é um exemplo de como o esporte pode conectar pessoas e criar momentos inesquecíveis.
O “Perneta” não apenas encontrou uma maneira criativa de se aproximar de seus ídolos, mas também nos lembra da força que a paixão e a determinação podem ter na vida de qualquer um.
Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Imagens por: Isabela Campanhã