Harvard rejeita imposições do governo Trump
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A Universidade de Harvard está protagonizando um embate político com o governo Trump que envolve várias outras univerdidades norte-americanas. Na última sexta-feira (11) a instituição recebeu uma carta de uma força-tarefa federal contendo as novas exigências de Trump para manter seu relacionamento financeiro com o governo dos Estados Unidos.
Entre as principais imposições estão o fim de programas de diversidade, equidade e inclusão, proibição do uso de máscaras em protestos no campus, revisão de políticas de contratação e admissão baseadas em mérito, e restrições à atuação de professores e administradores envolvidos em causas sociais.
O presidente interino de Harvard, Alan M. Garber, rejeitou oficialmente a proposta.
“Informamos o governo, por meio de nossa assessoria jurídica, que não aceitaremos o acordo proposto. A universidade não abrirá mão de sua independência ou de seus direitos constitucionais.”, declarou.
Garber também classificou as exigências como interferência direta do governo nas “condições intelectuais” da universidade.
“Nenhum governo — independentemente do partido no poder — deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”, completou.
A recusa de Harvard é a primeira resposta pública de uma universidade de elite contra o que considera abuso de poder da administração Trump. Para Garber, as propostas violam direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA e extrapolam a autoridade concedida pelo Título VI, que proíbe discriminação com base em raça, cor ou origem nacional.
Em resposta, o atual presidente Donald Trump declarou em sua rede social, Truth Social, que Harvard pode perder seu status de isenção fiscal.
“Talvez Harvard devesse perder seu status de isenção fiscal e ser taxada como uma entidade política se continuar promovendo a ‘doença’ inspirada em política, ideologia e terrorismo? Lembre-se, o status de isenção fiscal depende totalmente de agir no INTERESSE PÚBLICO!”, escreveu.
A pressão sobre Harvard ocorre em meio a tensões crescentes nos campus universitários dos EUA, especialmente após a escalada do conflito entre Israel e Hamas em Gaza. O governo Trump tem usado o argumento de combate ao antissemitismo como justificativa para endurecer as regras nas instituições de ensino superior, levantando debates sobre os limites da liberdade acadêmica e da autonomia universitária.
Alan garber se pronuncia nas redes sociais de Harvard, se posicionando contra as demandas de Trump e divulgando as demandas do presidente em uma carta à comunidade de Harvard. A publicação recebe apoio do ex-presidente Barack Obama;
“Harvard deu o exemplo para outras instituições de ensino superior – rejeitando uma tentativa ilegal e desajeitada de reprimir a liberdade acadêmica, ao mesmo tempo em que toma medidas concretas para garantir que todos os alunos de Harvard possam se beneficiar de um ambiente de investigação intelectual, debate rigoroso e respeito mútuo. Esperemos que outras instituições sigam o exemplo.”
Redação: Luísa Guena
Revisão: Isabela Campanhã
Imagens: Getty Images e Harvard