O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, anunciou nesta terça-feira (6) que o ressarcimento dos valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas será feito automaticamente, diretamente na conta em que o benefício é pago. A medida visa agilizar a devolução do prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões, causado por um esquema de fraudes revelado pela Polícia Federal (PF). Waller afirmou em entrevista à Rádio CBN (06/05/2025) que o plano, que deve ser concluído nos próximos dias, tem como objetivo ser “fácil, ágil e seguro”, segundo o presidente:

“Já está claro: eventual ressarcimento, seja da instituição seja do poder público, será feito via conta do benefício. Nada de Pix, depósito em conta ou saque em banco”

Governo busca bloquear bens dos fraudadores

Waller destacou que o INSS já encaminhou medidas cautelares à Advocacia-Geral da União (AGU) para bloquear bens dos envolvidos no esquema.

“A instituição fraudadora provavelmente não terá recursos, mas seus sócios e conglomerados sim”, explicou o presidente em entrevista à GloboNews (05/05/2025). No entanto, ele admitiu que o Tesouro Nacional pode precisar cobrir parte dos valores.

A fraude já levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). Além disso, o Congresso Nacional aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso.

Enquanto as investigações oficiais apontam fraudes entre 2019 e 2024, beneficiários afirmam que os descontos indevidos começaram muito antes.

Como identificar e cancelar cobranças indevidas

Os beneficiários podem verificar descontos irregulares no extrato do INSS, disponível no site ou aplicativo Meu INSS. Para cancelar cobranças indevidas:

1. Acesse o Meu INSS;

2. Procure por “excluir mensalidade associativa”;

3. Siga as instruções para bloquear cobranças futuras.

Denúncias também podem ser feitas no Portal Consumidor.Gov ou na Ouvidoria do INSS.

Redação: Ruan Cezar Barboza
Revisão: Guilherme Domingues

Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay