O suspeito de assassinar a professora Jeane Aparecida Purcino, de 57 anos, no Assentamento Santa Zélia, em Teodoro Sampaio (SP), foi preso na tarde desta sexta-feira (7). De acordo com a Polícia Civil, o investigado, de 45 anos, e a vítima namoravam. Ele estava foragido desde o crime.

Segundo a Polícia Militar, após cometer o assassinato, o suspeito fugiu do local com o veículo da companheira. Nesta sexta-feira, ele foi visto abandonando o carro próximo a uma usina, na zona rural, e pegando outro veículo. Após uma denúncia, os militares realizaram a prisão do homem, que confessou o crime ao ser questionado. Ele alegou que agrediu a vítima por suspeitar que ela estivesse envolvida com outra pessoa.

A Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária do suspeito por 30 dias, podendo ser prorrogada ou convertida em prisão preventiva. Ele será transferido para a Cadeia de Presidente Venceslau (SP), onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário.

Histórico de violência

O crime chocou a comunidade local, especialmente porque, segundo relatos de familiares, Jeane já havia sido ameaçada pelo suspeito. Ela teria expressado a intenção de terminar o relacionamento e, ao que tudo indica, foi assassinada por exercer seu direito de decidir sobre sua própria vida.

A investigação segue em andamento para esclarecer todos os detalhes do caso. A Polícia Civil já instaurou inquérito e solicitou a perícia na residência da vítima e do suspeito. O velório de Jeane ocorre no Velório Municipal de Teodoro Sampaio, e seu sepultamento foi marcado para este sábado (8), às 8h, no Cemitério Municipal do distrito de Costa Machado, em Mirante do Paranapanema (SP).

“Nosso grito hoje é por JUSTIÇA!”

A morte de Jeane Aparecida Purcino gerou uma onda de comoção e revolta entre amigos, alunos e colegas de profissão. Professora de artes e funcionária da sala de leitura da Escola Estadual Professora Romilda Lázara Pillon dos Santos, no Assentamento Água Sumida, Jeane era conhecida por sua paixão pela educação e pelo carinho com os alunos.

View this post on Instagram

A post shared by Roseli Troiani (@roselitroiani.neuropp)

Nas redes sociais, colegas prestaram homenagens à educadora. “Perdemos o seu sorriso e a Educação perde uma das maiores professoras de Arte que conheci. Nossa eterna Professora! A tristeza nos preenche o coração, pois a mulher deve ser símbolo de proteção, carinho, amor e empatia, em véspera do Dia da Mulher. Imprescindível que a figura feminina seja tratada com respeito, singeleza e cuidado. Foi assim que sempre educou a todos, seu respeito pela educação jamais será esquecido”, escreveu uma amiga. A violência contra Jeane não apenas interrompeu uma vida dedicada ao ensino, mas também expõe a brutal realidade enfrentada por muitas mulheres no Brasil. Seu assassinato ocorre na véspera do Dia Internacional da Mulher, uma data que deveria celebrar conquistas e reforçar a necessidade de proteção e igualdade, mas que, lamentavelmente, também serve para lembrar das muitas vítimas de feminicídio.

O Jornal Marília do Bem demonstra suas condolências aos familiares, amigos e colegas de profissão.

Revisor: Diogo A. Cirillo

Reprodução Imagem: Redes Sociais

Ester Laís Costa Aquino Ester Laís Costa Aquino é uma estudante de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde ingressou em 2024. Ela é uma das integrantes da Geo, uma organização estudantil da UNESP que visa a democratização do ensino público, e faz parte da equipe da Secretaria Geral.Sua trajetória acadêmica inclui marcos como a participação no Huirsp (Harvard University International Relations Scholars Program), onde obteve uma bolsa integral, e no OxBright, programa da Universidade de Oxford, no qual publicou o artigo Economic Policy as a Tool for Promoting Peace no OxJournal. Ester também conquistou bolsas nos programas da Immerse Education, nas categorias de Liderança Feminina na universidade de Cambridge

• 
•