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“Doomscrolling” ou desgraça pouca é bobagem
Luli Radfahrer comenta a tendência das pessoas a procurarem nas páginas da internet apenas as más notícias ler
Nesta edição de sua coluna, Luli Radfahrer fala sobre um termo em inglês que ainda não tem tradução para o português, o doomscrolling, que “é aquela coisa que todo mundo já fez um pouquinho, com os avanços da covid-19, com a invasão do Capitólio por aquele bando de malucos nos Estados Unidos e agora com a invasão injustificada da Ucrânia – a gente fica ali olhando a mídia social, olhando sites de notícias, meio que rolando as páginas, quase que à procura de desgraça”. A propósito: como explica o colunista logo no início de seu comentário, doom vem de desgraça e scroll de “rolar a tela”.
O perigo do doomscrolling é levar a um sentimento de negatividade, alerta Radfahrer, chamando a atenção para o fato de que pode ser algo bastante perigoso ao imergir o indivíduo num mundo de desgraça e de coisas ruins, “e a pessoa acaba desenvolvendo isso”. Por outro lado, ele entende que todo mundo é sujeito a esse tipo de sentimento. “Hoje em dia, com o avanço das mídias sociais, todo mundo vê isso o tempo todo, a gente tem então que tomar cuidado, porque […] dependência psicológica é uma coisa bastante séria, como toda dependência.” É preciso cuidado, portanto, para que isso não afete a nossa personalidade nem nosso estilo de vida. “É importante, de vez em quando, parar um pouquinho de ver a má notícia” e, com essa atitude, preservar a nossa saúde mental. “Em outras palavras, largue um pouco o celular e vá tomar um solzinho.”
Fonte: Jornal da USP