No dia 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água… a qual eu acrescentaria também os rios, represas, mares e até mesmo bacias hidrográficas (você sabe o que é uma bacia hidrográfica? Você mora em uma, sabia?).

Contudo, infelizmente, há pouco o que comemorar, devido a ampla redução de água adequada para uso… em termos quantitativos (redução da superfície de água, redução de nascentes) e qualitativos (despejo crescente de esgoto não tratado, input de sedimentos e produtos dissolvidos na água).

Isso porque a relação entre a qualidade e da água e saúde (integridade) do recurso hídrico está intimamente relacionado ao que se faz na área de captação de toda a bacia hidrográfica… ou seja, conservar a água implica em conservar também o solo e vice-versa. São assuntos indissociáveis.

Não é só um problema brasileiro… Países como Portugal, Estados Unidos e Espanha também vêm detectando baixíssimos níveis de água em vários reservatórios e manifestando grande preocupação com o futuro.

Conservar o que ainda resta da vegetação nas bacias hidrográficas, com ampla ênfase nas matas ciliares, e promover políticas para um uso e cobertura (ordenamento territorial) condizentes com a capacidade de uso das terras das bacias hidrográficas são pontos cruciais para tentar manter (e, não raramente, recuperar) a água e os recursos hídricos.

Uma alternativa complementar e muito importante para aliviar o consumo de água nas residências, indústrias e comércio é o reuso da água. Este é, sobretudo, um assunto que requer mudanças de atitudes pessoais e institucionais. Há muitas boas ideias na internet que orientam novas formas de uso / reuso da água… o que precisa haver é mudança de atitude…

Enfim, o que ainda há (ainda) para comemorar é que, apesar dos problemas atuais e preocupações futuras, ainda temos água!!!

Fica a reflexão e um brinde a todos com um copo d´água fresquinho. Que todos os seres vivos tenham acesso a sua quantidade mínima diária para saciar a sua sede, pois todos – plantas, animais e humanos – possuem esse direito!!!

* O Prof. Alexandre Marco da Silva é docente e pesquisador do Departamento de Engenharia Ambiental do ICTS - UNESP