As hospitalizações de crianças pequenas por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estão aumentando em várias regiões do Brasil. De acordo com o boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (10) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o crescimento está diretamente ligado ao vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite. A circulação do vírus já é registrada em praticamente todo o país e tende a se intensificar com a chegada do outono e do inverno.

O levantamento, que se refere à Semana Epidemiológica de 30 de março a 5 de abril, também aponta os primeiros sinais de crescimento dos casos de SRAG causados pelo vírus da gripe (influenza). O aumento é mais evidente no Mato Grosso do Sul, onde as internações têm atingido não só crianças, mas também jovens, adultos e idosos.

Segundo Tatiana Portela, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, o aumento dos casos de influenza reforça a importância da imunização dos grupos prioritários, como crianças de seis meses a seis anos, gestantes e idosos. A pesquisadora recomenda também o uso de máscaras em caso de sintomas gripais ou de resfriado, especialmente em locais fechados, com aglomerações ou ao procurar atendimento em unidades de saúde.

Estados em alerta

Atualmente, 13 dos 27 estados brasileiros apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG nas últimas semanas: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.

Panorama nacional

Em 2025, já foram notificados 31.796 casos de SRAG no país. Desses, 12.527 (39,4%) tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório, 14.113 (44,4%) foram negativos, e ao menos 3.060 (9,6%) ainda aguardam resultado dos testes.

Nas quatro semanas epidemiológicas mais recentes, entre os casos com resultado positivo, a distribuição foi a seguinte: 50,4% para vírus sincicial respiratório, 31,4% para rinovírus, 10,3% para influenza A, 9,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19) e 1,6% para influenza B.

Redação: Ana Rafaela Nascimento

Revisão: Ester Laís Costa Aquino

Reprodução Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

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