Pedido de Orçamento

Brasil e China aprofundam parceria comercial estratégica

Envie seus dados. Nós respondemos!
  • Clique no link abaixo para fazer a verificação antes de enviar o formulário.
  •  
  • Ou entre em contato por telefone.
  • (14)98839-6695
  • (14)98839-6695
  • Localização
  • Horário de Atendimento:

Comprar

Brasil e China aprofundam parceria comercial estratégica

Para comprar vá até a nossa loja.
  • Localização
  • Horário de Atendimento:
  • Ou entre em contato por telefone.
  • (14)98839-6695
  • (14)98839-6695

Enviar Mensagem

Envie uma mensagem. Nós respondemos!
  • Clique no link abaixo para fazer a verificação antes de enviar o formulário.
  •  
  • Ou entre em contato por telefone.
  • (14)98839-6695
  • (14)98839-6695
  • Localização
  • Horário de Atendimento:

Agendar

  • O agendamento se dará de acordo com a disponibilidade. Retornamos para confirmar.
  •  
  • Ou entre em contato por telefone.
  • (14)98839-6695
  • (14)98839-6695
  • Localização
  • Horário de Atendimento:

Regras

Leia as Regras
  • Se preferir entre em contato com a gente.
  • (14)98839-6695
  • (14)98839-6695
  • Horário de Atendimento:

Guia de Associados

Segmentos
Marília do Bem
  • Conteúdo

menu

Internacional

Brasil e China aprofundam parceria comercial estratégica

Negociações aconteceram com enfoque em infraestrutura, energia sustentável e reposicionamento geopolítico ler

12 de maio de 2025 - 16:00

A primeira visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China nesta manhã (12), já resultou no anúncio de novos investimentos de US$ 1 bi para a produção de combustíveis verdes de aviação no Brasil. 

Assim, em um contexto internacional marcado por uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil se apresenta como parceiro confiável, com estabilidade institucional, capacidade exportadora e amplo portfólio de projetos estruturantes.

O Investimento de US$ 1 bilhão em combustível sustentável de aviação (SAF)

Um investimento de US$ 1 bilhão foi acordado entre o presidente brasileiro e a China Energy Engineering Corporation (CEEC) para a construção de uma planta de produção de SAF – combustível sustentável de aviação no Brasil.

O projeto será liderado pela CEEC Brasil, subsidiária da estatal chinesa. A iniciativa representa um marco tanto para a transição energética nacional quanto para a inserção do Brasil em mercados regulados por padrões de descarbonização, como a Europa e o próprio mercado asiático.

Além do impacto ambiental positivo, o investimento impulsiona cadeias produtivas locais ligadas ao etanol de segunda geração e oleaginosas. Segundo o Planalto, a planta deverá gerar milhares de empregos diretos e indiretos e inserir o Brasil entre os poucos países com capacidade industrial para suprir a crescente demanda por SAF até 2030.

Infraestrutura como vetor de integração regional e desenvolvimento

A apresentação de projetos ferroviários e portuários durante a visita mostra que a China vê o Brasil como peça central na arquitetura logística sul-americana. Os projetos em destaque são:

  • A ferrovia Açailândia–Barcarena, fundamental para escoar a produção agrícola do Matopiba pelo Arco Norte;
  • O anel ferroviário Sudeste, que conectará os polos industriais e portos de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro;
  • A conexão com o porto de Chancay, no Peru, administrado por uma estatal chinesa, como parte do plano de viabilizar a Ferrovia Bioceânica, projeto com ambições geopolíticas, ao criar um corredor transcontinental entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

Essas obras são cruciais para reduzir o custo logístico do agronegócio brasileiro, que ainda depende fortemente de rodovias. Segundo o Ministério dos Transportes, o custo médio de transporte por ferrovia é 30% inferior ao rodoviário, com maior eficiência ambiental.

A adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) da China ainda não é formal, mas os projetos dialogam com essa estratégia chinesa de integração infraestrutural global.

Uma nova oportunidade em tempos de incerteza global

A visita de Lula ocorre em meio à retomada da guerra tarifária entre EUA e China. O presidente Donald Trump anunciou recentemente novos pacotes de tarifas sobre produtos chineses, gerando desconfiança em Pequim quanto à estabilidade do mercado norte-americano.

Segundo a Reuters, autoridades chinesas vêm redirecionando compras de soja, carne e minerais,  setores em que o Brasil lidera globalmente, como forma de reduzir dependência de fornecedores instáveis.

O Brasil, nesse contexto, surge como alternativa segura, com um superávit comercial de US$ 51 bilhões com a China em 2024, puxado por soja, minério de ferro e petróleo.

A meta de Lula é ampliar esse portfólio com produtos industrializados e serviços de alto valor agregado, além de atrair capital chinês para setores com encadeamento produtivo nacional.

Presença de Petro e Boric: rumo a uma frente regional?

A presença conjunta dos presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, reforça o caráter regional da viagem.

Como destaca o El País, a visita simultânea dos três líderes demonstra uma tentativa de reposicionamento latino-americano nas negociações comerciais globais, com o objetivo de negociar diretamente com a China em condições mais simétricas.

Enquanto Petro busca financiamento chinês para energia renovável, Boric busca para mineração verde e infraestrutura, e Lula para logística e reindustrialização, gerando uma complementaridade que pode fortalecer o bloco sul-americano.

Quais seriam as oportunidades e os riscos dessa parceria? 

Devemos primeiro analisar as vantagens concretas dos acordos:

  • A diversificação de investimentos: O capital chinês atua onde outros investidores hesitam, especialmente em grandes obras de infraestrutura de alto risco. Isso supre lacunas históricas no financiamento público brasileiro.
  • A integração logística e redução de custos: A consolidação de corredores ferroviários e interoceânicos pode reposicionar o Brasil como hub logístico continental.
  • A transição energética com soberania: Projetos como o de SAF colocam o Brasil como exportador de energia limpa e ampliam sua liderança ambiental, sem renunciar à industrialização.
  • A estabilidade comercial: Em tempos de volatilidade global, a previsibilidade da demanda chinesa por commodities brasileiras protege o saldo comercial e a balança cambial.

Porém, conforme especialistas demosntram, não podemos deixar de especificar os riscos e limitações dessa parceria, com o objetivo de mitigá-los ao máximo, vejamos:

  • A assimetria tecnológica: Grande parte dos investimentos chineses concentra-se em setores com baixo valor agregado para o Brasil, como exportação de bens primários ou execução de obras com baixa nacionalização de tecnologia. 
  • A dependência comercial: A China responde por mais de 30% das exportações brasileiras — uma concentração perigosa em caso de desaceleração da economia chinesa ou alterações regulatórias.
  • O risco à soberania em ativos estratégicos: A presença de empresas chinesas em portos, energia e infraestrutura estratégica levanta preocupações sobre controle externo de ativos sensíveis, especialmente sem cláusulas claras de transferência de tecnologia ou conteúdo local.
  • As barreiras institucionais internas: Mesmo com capital disponível, muitos projetos esbarram em burocracia, morosidade no licenciamento ambiental, e em regulamentações instáveis, o que pode desincentivar a continuidade dos investimentos.

Dessa forma, a viagem de Lula à China marca um novo capítulo na cooperação bilateral e insere o Brasil com protagonismo na reconfiguração das cadeias globais de produção, energia e logística.

O momento é especialmente favorável ao Brasil, que pode combinar sua posição estratégica no comércio internacional com uma agenda interna de reindustrialização e sustentabilidade.

Contudo, para que os acordos se convertam em desenvolvimento de longo prazo, é preciso atenção à qualidade dos contratos, à capacitação da indústria nacional e à preservação da autonomia estratégica brasileira.

Redação: Isabela Campanhã da Silva
Revisão: Luísa Guena
Reprodução de Imagem: Ricardo Stuckert/Governo Federal

Comentários

Veja também

Mais lidas