A audiência pública convocada para apresentar as atividades desenvolvidas pela secretaria da Saúde, bem como a aplicação dos recursos da pasta no 3º quadrimestre do exercício de 2019 ocorreu hoje (28) pela manhã.

Contou com a presença de dois vereadores: o Presidente da Câmara Marcos Rezende (PSD) e o vereador Danilo da Saúde (PSB). Como ocorreu ontem, a maioria dos vereadores “boicotou” o evento.

Diferentemente da Audiência Pública da Secretaria da Fazenda, realizada ontem (27), hoje na Saúde participou também um grupo expressivo de servidores municipais identificados à pasta e membros do Conselho Municipal de Saúde em apoio ao Secretário Ricardo Mustafá.

Além deles, registrou presença prestadores de serviços privados ao município, tais como representante da Gota de Leite e do HC/FAMEMA.

A audiência teve início com a apresentação de dados do coordenador do Fundo Municipal de Saúde, Rodrigo Pegoraro de Souza. Ele apresentou os dados dos serviços prestados no município na área da saúde, inclusive número de procedimentos realizados por cada parceiro privado do município e os seus respectivos custos.

Rodrigo ressaltou que o município vem gastando em Saúde acima do teto mínimo constitucional de 15% do orçamento. Em 2019, esse percentual ficou em 25,13% do orçamento, representando R$ 47 milhões a mais do exigido.

Entretanto, o valor está abaixo de 2018 e 2017, com índices respectivos de 25,75% e 26,59%. Em comparação a administração do ex-prefeito Vinicius Camarinha, o índice é 2,23% menor. Vinicius investiu 27,36% em Saúde em 2016.

Pegoraro ressaltou ainda que falta R$ 32,3 milhões de restos à pagar, a maioria de responsabilidade da Prefeitura.

Em seguida, o presidente da Câmara passou a palavra ao vereador Danilo da Saúde. O vereador realizou diversas indagações. Entre elas: sobre a falta de medicamentos controlados; medicamento em casa; média mensal de despesas com medicamento; vagas de especialidades médicas; a questão da saúde mental; da dengue; de novos aparelhos públicos de saúde no município; etc.

O secretário municipal da Saúde Ricardo Mustafá assumiu a responsabilidade nas respostas. Iniciou sua participação emocionado, agradecendo a presença dos servidores da pasta e assegurando que lá está por apoio deles.

Em seguida, buscou responder as questões, sempre lembrando que não é vontade da Prefeitura deixar de oferecer atendimento à população. Entretanto, os recursos não são suficientes para cobrir todas as despesas na área.

Ressaltou o trabalho da equipe na prevenção da dengue e na oferta de apoio a saúde mental. Destacou o trabalho realizado na cobertura vacinal e o apoio dos prestadores de serviços privado à cidade. Inclusive, o secretário teve auxílio do público da audiência que trabalha na área de Saúde do município.

Por fim, diz-se chateado com críticas e publicações infundadas sobre seu trabalho à frente da pasta, principalmente com matérias que mais desinformam. Abriu-se a críticas construtivas e convocou a mídia e a cidade para pensar alternativas juntos à solução dos problemas de saúde do município.

Mustafá agradeceu os servidores e os prestadores de serviços e solicitou ao presidente colocar em pauta projeto de lei para a criação de novas vagas de servidores na Secretária da Saúde.

O secretário somente esqueceu de lembrar que as matérias que hoje criticam sua pasta estão sendo produzidas por sites locais, incluindo aquele que mais recebe recursos de verba publicitária da Prefeitura de Marília, como apurado pela redação do Marília do Bem. Fogo amigo?

Ao retomar a palavra, o presidente da Câmara Marcos Rezende (PSD) deixou no ar que a emoção do secretário pode ser devido a um momento nostálgico, de eventual ausência física dele junto à equipe, a qual poderá ocorrer devido a outras missões, para a qual Rezende já desejou muito sucesso.

Possivelmente, Mustafá estaria saindo da pasta para filiar-se ao PSD de Rezende e ser candidato a uma cadeira de vereador na Câmara Municipal de Marília nas próximas eleições.