União Europeia resiste ao domínio dos EUA na internet
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O Parlamento europeu avança na regulação da inteligência artificial e continua comprando equipamentos da China ler
“Quem vai controlar a inteligência artificial?”, pergunta Gilson Schwartz. “Depois de semanas, praticamente num clima de pânico globalizado, a União Europeia dá o primeiro passo para controlar a inteligência artificial. O Parlamento europeu aprovou, na semana passada, em sessão plenária em Estrasburgo, com 499 votos a favor, permitir negociações com os Estados membros para finalizar a legislação, até o final do ano, que vai controlar a inteligência artificial nos mercados europeus.”
Para Schwartz, isso mostra que a União Europeia é vanguarda na resistência não apenas à inteligência artificial, mas ao predomínio norte-americano na área da internet. “O fato é que, para o 5G, a União Europeia não abriu mão de comprar equipamentos chineses; os Estados Unidos, em guerra com a Rússia, também pressionam os seus parceiros a abandonar os fornecedores chineses. É uma área com pouca transparência, mas os equipamentos 4G e 5G chineses continuam predominando nas redes europeias.”
Os dados, conforme o colunista, também indicam que a Alemanha não está levando muito a sério essa ameaça à segurança que estaria associada ao uso de equipamentos chineses, “mas o fato é que a Alemanha responde por 25% de todos os clientes de comunicações móveis na Europa e o governo alemão não está muito preocupado em controlar a infraestrutura, o que muita gente considera que cria riscos para as redes alemãs”.
De resto, a Alemanha, ao lado de Itália, Polônia e Áustria, já abarca 50% dos clientes de serviços móveis. “Todos esses países são altamente dependentes do equipamento chinês; em 2020, 57% dos serviços de 4G na Alemanha vinham de vendedores chineses; em 2022, o 5G já era 59% da infraestrutura comprada de vendedores chineses […] portanto, a ofensiva americana contra a tecnologia chinesa, ao menos na União Europeia, enfrenta sérias dificuldades, e o mesmo pode-se dizer dos gigantes da tecnologia, que estão oferecendo a inteligência artificial e encontram também na União Europeia uma barreira – parece que a geopolítica da economia vai continuar conflituosa por muito tempo.”
Fonte: Jornal da USP