Estudo recente chegou à conclusão de que a corrupção só no governo federal introduz a ineficiência na economia, reduz a produtividade dos investimentos, contribuindo para taxas decrescentes do PIB e da renda per capita.

Inserindo no setor financeiro volatilidade que justificam o spread elevado na taxa de juros e a tendência de baixa no consumo, com achatamento das taxas de lucro em prejuízo dos empresários, comerciantes, profissionais liberais, da sociedade inteira.

Desestimula ainda o investimento privado ao funcionar como um “custo informal” para ter o negócio autorizado, impactando na rentabilidade, afetando a competitividade da economia. Comprometendo o crescimento econômico e afugentando novos investimentos.

Já para o governo, a corrupção reduz a produtividade do investimento na medida em que a cada unidade monetária investida, o retorno em termos de obras é menor. Sempre se gasta mais para ter menos.

Nos gastos sociais, a cada real investido em saúde ou educação, apenas uma fração se traduz na compra de remédios, ambulâncias, livros, computadores, etc. Levando a uma oferta de serviços de saúde e educação bem menor do que aquela prevista pelo valor total desembolsado em prejuízo de todos. Obrigando as empresas a terem custos excedentes com planos de saúde e qualificação da sua mão de-obra.

Além do aumento constante da carga tributária que, nas mãos dos políticos, é utilizada para distribuir recursos para eleitores carentes em troca de votos.

Enfim, no longo prazo, os custos da corrupção se traduzem no aumento das desigualdades sociais, na desconfiança e no descrédito sobre as instituições e os políticos. Corrupção e pobreza tornam-se permanentes na mesma medida em que produzem o aumento sustentado do preço relativo do investimento e da produtividade do capital, gerando custos econômicos e sociais alarmantes.

Impactando negativamente os processos de geração de riquezas. Em síntese, com a corrupção todos perdem. E muito.

Segundo o estudo que analisamos perdemos uma Bolívia a cada seis anos. Triste realidade.

Marcelo Fernandes Professor na Unesp de Marília, Livre Docente desde 2012, Marcelo é um respeitado ativista social em prol da cidadania, com diversos projetos na área da educação para a política e na vigilância ao poder público.

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