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Macroeconomia

Transações via Pix têm maior queda desde o lançamento: impacto de fake news e debate sobre taxação

O número de transações realizadas por meio do Pix registrou, em janeiro de 2025, a maior queda desde a implementação do sistema em 2020. ler

15 de janeiro de 2025 - 13:30

Pela primeira vez desde sua criação, o Pix registrou uma queda considerável no número de transações em janeiro de 2025. Esse recuo, de acordo com especialistas, está ligado à disseminação de fake news sobre uma possível taxação do sistema e ao aumento da desconfiança dos usuários.

Fake news alimentam incertezas

Primeiramente, o principal fator apontado para a queda foi a circulação de notícias falsas, que sugeriam que o Pix seria amplamente taxado. As mensagens, compartilhadas principalmente em redes sociais e aplicativos de mensagens, afirmavam que até pequenas transferências passariam a ser cobradas.

Apesar de o Banco Central desmentir rapidamente as informações e garantir que o Pix permanece gratuito para a maioria dos usuários, o impacto já havia sido gerado. “Depois que vi mensagens no WhatsApp dizendo que o Pix seria cobrado, parei de usar e voltei a pagar em dinheiro”, contou uma comerciante do Rio de Janeiro, ilustrando o clima de insegurança.

Debates sobre mudanças ampliam receios

Além disso, os debates recentes sobre ajustes no sistema, como a criação de limites de transferência em determinados horários, contribuíram para o aumento da desconfiança. Embora esses ajustes sejam discutidos para fortalecer a segurança do sistema, a falta de uma comunicação clara sobre o tema alimentou receios desnecessários.

“O Banco Central precisa ser mais transparente e intensificar a divulgação de informações corretas. Isso ajuda a combater os boatos e a evitar que os usuários fiquem inseguros”, explicou um economista.

Pequenos negócios sentem os impactos

Nesse contexto, pequenos empresários e comerciantes sentiram diretamente os efeitos da redução no uso do Pix, já que dependem do sistema pela sua agilidade e baixo custo. Com a queda no número de clientes utilizando o Pix, muitos enfrentaram dificuldades para processar pagamentos e manter o fluxo de vendas.

“O Pix era a forma de pagamento preferida da maioria dos meus clientes. Agora, o medo de usar o Pix leva muitos clientes a evitar a ferramenta, o que prejudica as vendas”, destacou o dono de um pequeno restaurante em São Paulo. Assim, o impacto não se limita aos usuários; ele também afeta a economia local.

Medidas para recuperar a confiança

Por outro lado, o Banco Central e as instituições financeiras intensificaram campanhas informativas para combater a desinformação. Além disso, reforçaram que o Pix permanece gratuito para pessoas físicas na maioria dos casos e que não há mudanças drásticas previstas para o sistema.

Especialistas afirmam que, mesmo com o recuo temporário, o Pix continua sendo uma ferramenta fundamental para os pagamentos no Brasil. No entanto, alertam que a queda nas transações evidencia os impactos da desinformação e destaca a urgência de melhorar a comunicação com os usuários para preservar a confiança no sistema.

Redator: Beatriz Marçal

Revisor: Vitor Hugo Santana Lima

Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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