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Traição e Política

Marcelo Fernandes Ativista social em prol da cidadania.

Muitos acreditam que traição e política são faces da mesma moeda; não é bem assim, pois a política que vale é sem traição ler

24 de junho de 2020 - 21:29

Segundo o Dicionário Aurélio, Traição (do latim traditione, entrega) é o ato ou efeito de trair, crime de quem, perfidamente, entrega, denuncia ou vende alguém ou alguma coisa ao inimigo; deslealdade; aleivosia, ou seja, qualidade de quem engana, atraiçoa, pratica dolo, fraude, com falsas demonstrações de amizade; entre outras coisas ruins.

Muitos acreditam que Traição e Política são faces da mesma moeda. Não é bem assim. A Política que vale é sem Traição. O líder precisa ser honesto, ser ético com seus parceiros no momento da configuração das forças que lhe darão apoio em uma disputa eleitoral e no futuro governo. O que significa que tudo que foi combinado é fato a ser cumprido, jamais esquecido.

Em miúdos, quem marcha consigo na eleição, na batalha, deve ser o mesmo que estará com você no exercício cotidiano do governo. O político incapaz de ter essa conduta, essa postura com os seus, de dentro de casa, não merece ser respeitado. Porque ele não tem o básico para estar na Política: fidelidade ao grupo que lhe elegeu.

Geralmente, quem tem essa prática da traição na Política não é do ramo. Desconhece que Política é uma atividade coletiva, de grupo. E que um grupo político forte é moldado na luta cotidiana, lado a lado, olho no olho, lealdade e fidelidade entre indivíduos que são pequenos Davis, os quais unidos durante o combate da eleição, por força do destino e das qualidades comuns, mesmo com menos recursos, conseguem vencer adversários gigantes como Golias.

Isto significa que grupo político forte e verdadeiro não se compra. Conquista-se, constrói-se com amizade verdadeira, ética, lealdade, fidelidade e honestidade entre seus membros durante as eleições e, principalmente, após a vitória. Este grupo, no governo, fará o melhor para gerenciar o dinheiro público em favor da maioria das pessoas.

Líder Político que abandona seu grupo e monta outro pós-eleição com dinheiro vindo do poder conquistado com suor alheio, só terá ao seu lado infiéis, mercenários aproveitando-se de seu curto momento no poder. Infiéis, mercenários, na maioria das vezes fiéis ao adversário.

Este tipo de líder constrói sua casa sobre areia. A ruína, cedo ou tarde, vem, independentemente de ser reeleito ou não. Conquistar e manter poder traindo todo mundo, não cumprindo sua palavra, é receita certa para ficar sozinho na estrada.

A lição ensinada por Paulo Preto é: “Não se abandona um líder ferido na estrada”. Até porque abandonar líder ferido na estrada é o pior tipo de traição que pode existir na Política.

 


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Marcelo Fernandes Professor na Unesp de Marília, Livre Docente desde 2012, Marcelo é um respeitado ativista social em prol da cidadania, com diversos projetos na área da educação para a política e na vigilância ao poder público.

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