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Política

Total de eleitores entre 16 e 17 anos chega ao menor patamar em 3 décadas

Apenas 10% dos jovens aptos a votar tiraram título até agora ler

08 de março de 2022 - 18:00

A sete meses das eleições, o engajamento de jovens de 16 e 17 anos é o mais baixo já registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Até o fim de janeiro, 731 mil cidadãos dessa faixa etária, para a qual o voto é facultativo, tinham se cadastrado como eleitores. As inscrições seguem abertas até 4 de maio, mas, hoje, esse número representa cerca de 10% dos menores de idade aptos a votar e pouco menos de um quarto do total que foi às urnas três décadas atrás.

Aos 16 anos, Antônio Lacerda resume esse desinteresse pelas eleições e a desilusão com a política. “Estudar é muito mais recompensador do que ler o projeto dos candidatos, sabendo que, no fim, tudo pode não ter passado de fachada”, disse o estudante, morador de Cruzeiro (SP). “Minha única ligação com a política foi escutar na família como o candidato X roubou e como o Y foi bom. Não acho essa fonte tão confiável.”

Todo esse desânimo tem crescido a despeito dos esforços do TSE. Desde 2020, a Corte vem promovendo ações para incentivar a participação de jovens na política. Nas últimas eleições municipais, o tribunal lançou uma campanha para que cidadãos de 15 a 25 anos gravassem vídeos com sugestões de como melhorar suas cidades. A ideia era aumentar o número de votantes menores de 18 anos que, na época, foi de 914 mil.

O voto facultativo para pessoas de 16 e 17 anos foi aprovado na Constituição de 1988, mas a Corte tem dados comparativos somente a partir de 1992, quando o total de eleitores nessa faixa etária alcançou 3,2 milhões.

No ano passado, o TSE lançou nova campanha, no rádio e na TV, de vídeos protagonizados por atores de aparência juvenil com mensagens de estímulo à participação nas eleições. Também explorou redes sociais e plataformas de áudio. O empenho do tribunal, contudo, não bastou para superar fatores estruturais que, segundo analistas, têm afastado os jovens das urnas.

Questões como envelhecimento de líderes partidários, desconfiança no sistema político e falta de perspectiva de emprego e renda são apontadas como causas do encolhimento do voto jovem. Para o cientista político da USP José Álvaro Moisés, a retórica de deslegitimação da política, usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros candidatos em 2018, reforçou essa tendência. “Jovens nessa idade estão na fase de serem atraídos para a política. Justamente no momento em que são convocados pelas instituições a participar, os discursos antipolítica os afastam.”

Moisés citou, ainda, a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como fator limitante neste ano. “A polarização tira opções inovadoras e impõe a repetição daquilo que já ocorreu com o País. São dois personagens muito conhecidos e considerados velhos na política. Lula teve dois mandatos e apoiou dois da Dilma (Rousseff). Os resultados, sobretudo do ponto de vista econômico e do emprego, foram negativos. Ficou uma imagem ruim.”

Morador de Belo Horizonte, Cristiano Rodrigues, de 17 anos, pretende votar em outubro, mas critica a ausência de candidatos mais novos nas disputas. “É frustrante saber que a decisão do Brasil está relacionada só a duas pessoas.”

A estudante Ana Maria Fukuda, de 17 anos, de São Paulo, por sua vez, disse não se sentir preparada para votar em outubro por desconhecer os candidatos. E essa falta de informações, segundo ela, é resultado do desinteresse pela política e pelos projetos de quem vai se candidatar. “É uma grande responsabilidade e eu nunca tive interesse em política.” O argumento é o mesmo de Ellen Gerding, de 17 anos. “Quando você vai votar, é preciso saber quem é o candidato, e eu não tive interesse para pesquisar”, afirmou a estudante de Itapecerica da Serra (SP).

Para Moisés, a ausência de eleitores abaixo dos 18 anos gera um “déficit democrático”. Isso significa que pautas importantes para o segmento, como inserção no mercado de trabalho e enfrentamento de mudanças climáticas, ficam em segundo plano nos projetos de governo. “A possibilidade de novos temas e novas agendas se reduz. Há, hoje, no governo, decisões contra direitos caros aos jovens, como de escolha sexual e respeito a etnias. E vemos violentos ataques a mulheres.”

Cofundadora do instituto Update, Beatriz Della Costa também vê prejuízos ao sistema democrático. Segundo ela, isso reflete nas universidades, que perdem o papel de espaço de articulação. “Política virou sinônimo de briga, assunto chato, que desgasta. Afasta o jovem essa sensação de guerra.”

Na avaliação do cientista político e professor do Insper Carlos Melo, a atuação dos jovens na política é limitada, hoje, pela incapacidade das legendas de adaptar suas estruturas internas. “Muitos partidos, sobretudo na esquerda, que sempre mobilizou mais os jovens, têm gente na direção partidária há 40 anos. As estruturas burocráticas, hierarquizadas, abriram pouco espaço.”

Diretor de Ensino Médio da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro Feltrin reconhece que a entidade sofreu esvaziamento. “Vemos cada vez mais desinteresse, porque as condições de vida atuais deixam a juventude sem perspectiva.”

O cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV-SP, vê um paradoxo neste cenário. O engajamento está em queda no momento em que, segundo ele, existem mais canais de formação política. É o caso dos grupos suprapartidários e de renovação. “Isso significa que a situação poderia estar pior. O que poderia mobilizar o jovem hoje seriam políticas de emprego e de inserção na universidade. Se participar pouco do processo decisório, sem dúvida diminui sua capacidade de pressão por políticas públicas voltadas para essa faixa etária.”

O estudante Vinicius Benevides, de 16 anos, de Fortaleza, se associou, em fevereiro, ao movimento de renovação Acredito, do qual fazem parte, por exemplo, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP). “No meu círculo não tem muita gente engajada e eu queria ter mais trocas”, disse ele, que votará em outubro. “É uma forma de mudar as coisas, de ter esperança.”

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

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