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Testes em massa poderão dar segurança para a retomada das atividades

Para Nakabashi, os custos dos testes em massa podem ser menores do que a paralisação da economia ler

18 de abril de 2020 - 16:40

Na coluna Reflexão Econômica desta semana, o professor Luciano Nakabashi fala sobre a piora das expectativas em relação à economia. Para o professor, a incerteza que ainda persiste se deu, inicialmente, pela falta de dados do que estava acontecendo de forma geral nas economias, com a queda no nível das atividades pelo problema da covid-19. Agora, os dados começam a aparecer, não só no Brasil, mas em outros países. Também começam a aparecer uma forte queda na produção de forma geral e do PIB de vários países. “Se fosse num só país, por exemplo, as exportações continuariam bem, mas quando esse efeito é conjunto, ou seja, caem ao mesmo tempo em vários países a atividade interna e as exportações, o efeito é muito maior.”

Nakabashi diz que o problema dessa pandemia é maior do que se achava inicialmente e tem afetado mais economias e por isso acontece esse ajuste das expectativas, como de -4% ou -5% no Brasil em 2020. “Isso ainda pode mudar, pois existe uma incerteza grande em relação de até quando o vírus vai afetar a relação entre as pessoas e o nível de atividade.”

Para o professor, os países asiáticos parecem lidar melhor com o problema da covid-19 sobre o desempenho econômico e também sobre a disseminação do vírus. Diz que a China, por exemplo, é um país totalitário, que consegue paralisar as atividades com muito mais facilidade. Mas lembra que foi lá que começou o problema e com chance maior de disseminação do vírus por todas as regiões do país; pelo desconhecimento do que estava acontecendo no momento e por ser o país mais populoso do mundo, entretanto, não foi o aconteceu. “O vírus se espalhou muito mais nos países do Ocidente, como no Brasil, que já está em todas as regiões, na América Latina de forma geral, nos Estados Unidos e na Europa.

Mas o professor também cita a Coreia do Sul, um país de democracia forte e desenvolvido e onde tem sido muito maior o controle da disseminação do vírus e menor o impacto na economia, e o Japão, onde o vírus também tem se espalhado, mas bem controlado. “Talvez tenhamos que aprender alguma coisa com os países asiáticos, pelo menos um elemento é muito importante, o controle da circulação das pessoas. Mas cita, ainda, testagem em massa para verificar a contaminação pelo vírus e incentivo de medidas preventivas como uso de máscaras e medição de temperatura das pessoas quando chegam ao trabalho e, ao menor sinal do sintoma da doença, deixá-la isolada, estratégias utilizadas pela Coreia do Sul.”

O professor conclui lembrando que o Brasil, para reduzir os custos dessa pandemia, tem que investir muito fortemente no sistema de saúde, para evitar a mortalidade, mas será o aumento da capacidade de testes em larga escala que dará segurança para retomar a atividade econômica. “Os custos dessa doença têm sido muito altos, investir nesses testes e na prevenção podem ter custos muito mais baixos do que a paralisia da atividade econômica, claro que ouvidos os especialistas da área.”

Fonte: A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar toda quarta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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