O abalo ocorreu às 11h32 (hora local), com epicentro a apenas 15 km de profundidade na cidade de Cota, na periferia da capital colombiana. O Serviço Geológico dos Estados Unidos registrou tremores secundários de até 5.1 nas horas seguintes, dificultando operações de resgate. Imagens aéreas mostram cenário de guerra: prédios históricos desabaram no centro de Bogotá, incluindo parte da Torre Colpatria – o arranha-céu mais alto do país –, enquanto no bairro popular de Soacha, casas de concreto simples viraram montanhas de entulho. O maior drama ocorreu no colégio Liceo de Cervantes, onde três salas de aula desmoronaram durante aulas de reforço. Bombeiros resgataram 12 crianças com vida, mas ainda buscam 7 desaparecidas.

O sistema de saúde entrou em colapso: hospitais como o San Ignacio atenderam feridos em tendas de campanha após rachaduras na estrutura. A Defesa Civil confirmou que 70% da capital ficou sem energia, e o aeroporto El Dorado suspendeu operações após danos na torre de controle. “Vi prateleiras voando, vidros estilhaçados, e depois… silêncio. Só gritos”, relatou Camilo Rodríguez, dono de um restaurante no distrito turístico La Candelaria. O presidente Gustavo Petro declarou “estado de calamidade pública”, liberando fundos emergenciais e aceitando ajuda humanitária do Brasil, México e Equador. Helicópteros da Força Aérea Colombiana já transportaram 15 toneladas de água, medicamentos e cobertores para áreas isoladas.

Cientistas do Observatório Vulcanológico de Manizales alertam para riscos geológicos: o terremoto ativou falhas tectônicas adormecidas e pode ter alterado atividade do vulcão Nevado del Ruiz, a 130 km da capital. Equipes de resgate usam cães treinados e sensores térmicos para localizar vítimas nos escombros do centro comercial Andino, onde 40 pessoas seguem desaparecidas. A comunidade internacional mobilizou-se rapidamente: os EUA enviaram especialistas em desastres, Israel mandou equipes de busca, e o Papa Leão XIV convocou orações globais pelas vítimas. Enquanto isso, nas redes sociais, familiares compartilham fotos de desaparecidos com a hashtag #BogotáTemblor, implorando por informações em meio ao caos.

Autor: Beatriz Marçal

Revisor: Victor Hugo Santana

Imagem:Luisa Gonzalez/ Reuters