O time feminino do Internacional disputará suas próximas três partidas com portões fechados, conforme determinação do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luís Otávio Veríssimo Teixeira. A decisão, anunciada nesta terça-feira (1º), atende a um pedido da Procuradoria-Geral da entidade e ocorre menos de 24 horas após uma banana ser arremessada em direção ao banco de reservas do Sport, durante a terceira rodada da Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino, na capital gaúcha.

O ato de racismo ocorreu no fim do confronto entre Inter e Sport, na tarde de segunda-feira (31), logo após a equipe pernambucana empatar a partida em 2 a 2, no Sesc Campestre, na zona leste de Porto Alegre.

“Defiro o pedido liminar para determinar, cautelarmente, a perda de mando de campo pelo Sport Club Internacional, com realização das partidas com portões fechados, até o julgamento por colegiado da denúncia anunciada pela Procuradoria, a quem cabe a adoção de rito urgente para formalização do ato. Caso o julgamento por colegiado não se dê a tempo, os efeitos da presente ordem se limitam a três”, determinou o presidente do STJD.

Após o episódio, o Sport registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil e condenou o ato nas redes sociais. O caso será investigado pela Delegacia da Intolerância, em Porto Alegre.

As imagens do momento em que um pedaço de banana foi arremessado foram exibidas ao vivo pela TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela transmissão do Brasileirão Feminino. As cenas mostram a quarta árbitra, Andressa Hartmann, recolhendo os objetos jogados no banco de reservas do Sport. Ela registrou o incidente na súmula da partida.

Ainda na noite de segunda-feira (31), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou uma nota oficial informando que enviou documentação à Procuradoria-Geral do STJD, solicitando punição ao clube gaúcho e uma apuração rigorosa dos fatos.

Já na terça-feira (1º), o Internacional informou que a responsável pelo arremesso do pedaço de banana foi uma jogadora da equipe Sub-20 feminina. O clube optou por manter o anonimato da atleta e anunciou a rescisão de seu contrato. Em nota oficial divulgada na segunda-feira (31), o Colorado reiterou “seu repúdio veemente a qualquer ato discriminatório” e garantiu que faria uma apuração rigorosa do ocorrido.

Redação: Ana Rafaela Nascimento

Revisão: Ester Laís Costa Aquino

Reprodução Imagem: Frame TV Brasil

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