Salvaguardar o conhecimento e a cultura não é tarefa apenas dos museus
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Salvaguardar o conhecimento e a cultura não é tarefa apenas dos museus
Martin Grossmann elenca as bibliotecas, os hortos botânicos, o planetário e o zoológico, entre outros, como espaços que também cumprem essa finalidade ler
Não são apenas dos museus, diz Martin Grossmann, as funções específicas de salvaguarda, pesquisa, organização, formação, representação e exposição do conhecimento. Por sorte existem também as bibliotecas, os hortos botânicos e seus jardins, o teatro anatômico, o planetário e o zoológico.
“Interessante também relacionar esses equipamentos de cultura e conhecimento à história e genealogia das universidades”, e aqui ele cita a pequena cidade de Leiden, na Holanda, e a cosmopolita Londres, no Reino Unido.
“Em Londres, o destaque cabe ao distrito de Kensington, facilmente acessível por transporte público, seja por ônibus ou Metrô. Esse bairro possui jardins como o Kensington Gardens, que, por sua vez, abriga um espaço expositivo de arte contemporânea, a Serpentine Gallery, além de memoriais e monumentos. Mais ao sul, encontramos o Imperial College (Colégio Imperial de Ciência e Tecnologia), que é uma universidade pública de pesquisa estabelecida em meados do século 19.”
O colunista menciona ainda outras instituições voltadas ao ensino da arte, como o Royal College of Music e o Royal College of Art, além da casa de concertos e espetáculos Royal Albert Hall, assim como o Museu de História Natural e o Museu de Ciência, entre outros espaços de igual importância.
Já a cidade de Leiden abriga a mais antiga universidade da Holanda, com sua fundação remontando ao legado separatista do príncipe Guilherme de Orange. “Em Leiden, a atmosfera acadêmica era relativamente tolerante, inovadora e prática. Antes mesmo dos museus, a Universidade de Leiden iniciou uma biblioteca, como também desenvolveu um dos primeiros hortos botânicos da Europa, ou seja, do mundo. Nesse ambiente científico, diversificado, liberal, a universidade apoiou igualmente a criação de um novo dispositivo científico de pesquisa, formação e exposição: o Theatrum Anatomicum, de 1594, que promovia dissecações públicas de cadáveres para um público de estudantes e cirurgiões, bem como para membros curiosos do público. Operava também, simultaneamente, como um gabinete de curiosidade, um verdadeiro predecessor do museu científico”, finaliza Grossmann.
Fonte: Jornal da USP