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Restaurações de obras de arte deviam ser fiscalizadas para evitar danos ao patrimônio cultural
A regulamentação da profissão do conservador restaurador garantirá o controle sobre intervenções malsucedidas por pessoas desqualificadas ler
Nos últimos anos, imagens de restauração de obras de arte malsucedidas circularam pela internet e chamaram a atenção por se destoarem muito das obras originais. Na Espanha, por exemplo, a tentativa de restaurar a pintura histórica Ecce Homo deixou a obra original praticamente irreconhecível. Isso gerou uma onda de memes pelas redes sociais e a repercussão levantou o debate sobre a importância da conservação do patrimônio cultural.
A doutora em conservação e restauração de obras de arte pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, Isis Baldini, explica que “o patrimônio cultural, seja ele arquitetônico, arqueológico, etnográfico, documental, bibliográfico ou artístico, é de indiscutível importância para o povo compreender o contexto de sua existência”. Ela completa: “Conservar esse patrimônio significa garantir a vinculação de um indivíduo ou de um grupo a uma tradição, a um sentimento de identidade, seja ele nacional, regional ou local”.
Para que serve o restauro
Isis comenta que uma intervenção de restauro visa a estabilizar o processo de degradação da obra, a fim de manter sua legibilidade estética. Mas outros fatores também devem ser considerados para que o restauro não descaracterize a obra ou perca elementos fundamentais para sua leitura e compreensão imaterial.
O restaurador precisa avaliar o objeto a ser restaurado, tanto em relação ao estado de conservação atual quanto à carga simbólica que o objeto tem, e estimar os riscos que a restauração pode ocasionar. Só assim ele irá determinar se a obra poderá ou não ser submetida ao tratamento. Uma intervenção de restauro só deve ser feita se ela apresentar mais ganhos que perdas.
“O que pesa na decisão de até onde o restaurador deve ir, ou quais procedimentos realizar, nem sempre é o estado de conservação da obra, mas a leitura correta dos valores que a sustentam. Não é porque o restaurador tem habilidades para fazer determinadas intervenções que ele pode ou deve fazer”, afirma.
Ofício não regulamentado
Mas nem sempre as intervenções de restauro são feitas por quem possui habilidades para o trabalho, inclusive, algumas são feitas por pessoas que nem são do ramo. No Brasil, essa profissão não é regulamentada e a falta de oportunidades para crescer faz com que os profissionais capacitados emigrem ou deixem a profissão.
Isis reflete sobre a falta de oportunidades ser um fator mundial, já que, nessa área, elas estão intrinsecamente ligadas às instituições públicas que possuem a guarda desse patrimônio:
“O poder público cada vez menos abre concursos para contratar funcionários e abre mais licitações para terceirizar os trabalhos. Esse é um grande erro. A inexistência do conservador e restaurador no quadro de funcionários fixos das instituições ocasiona vácuo na guarda dessas obras.”
Falta de fiscalização
No Brasil também não existem leis que fiscalizem o restauro do patrimônio artístico. Isis diz que há o Código de Ética do Conservador, que estabelece parâmetros para as intervenções, mas esses parâmetros podem ou não ser seguidos.
Muitas das intervenções amadoras são feitas em obras eclesiásticas, e a falta de regulamentação se traduz na falta de proteção à uma herança cultural, histórica e até religiosa. Segundo Isis, o controle das ações sobre o patrimônio deveria ser exercido pelo Estado e em parceria com a Igreja, no caso das obras eclesiásticas, além dos próprios representantes da comunidade.
“Mas, efetivamente, o que garantirá intervenções bem-sucedidas será a regulamentação da profissão, porque estabelecerá critérios e proibirá que pessoas desqualificadas exerçam a profissão, tanto no âmbito privado quanto no âmbito público e no âmbito eclesiástico”, pondera Isis. Ela ainda reflete: “Enquanto conservadores, estamos diariamente tomando atitudes em relação ao bem cultural, que escreve uma nova página na história. Devemos ter responsabilidade para escrevermos de forma consciente e respeitosa”.
Fonte: Jornal da USP