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Internacional

Reino Unido e União Europeia firmam novo acordo de cooperação

Cinco anos após o Brexit, líderes de ambos os lados assinam acordos nesta segunda-feira (19) ler

19 de maio de 2025 - 16:00

| 16 ‘ Embora o retorno formal ao bloco europeu não esteja nos planos imediatos, os pactos representam um avanço notável na reconstrução de laços políticos, econômicos e sociais.

Um novo capítulo nas relações bilaterais 

A assinatura dos acordos entre Reino Unido e União Europeia marca o ponto mais alto de um processo de reaproximação que vinha sendo tecido discretamente desde a posse do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, em 2024.

Embora o Brexit tenha sido formalizado em 2020, com o Reino Unido deixando oficialmente o bloco, o desgaste econômico, as pressões internacionais e o redesenho da geopolítica europeia após a invasão russa da Ucrânia levaram Londres e Bruxelas a reconsiderar os termos de sua separação.

Diferentemente do governo de Boris Johnson, que adotou uma postura confrontacional com o bloco, o trabalhista Starmer adotou uma linha diplomática mais flexível, reconhecendo os custos econômicos do afastamento e a necessidade de cooperação regional para enfrentar desafios comuns.

Essa mudança de tom criou um ambiente propício para a retomada do diálogo político de alto nível com a União Europeia, com negociações iniciadas ainda no segundo semestre de 2024 e aceleradas ao longo de 2025.

A aproximação é também motivada por dinâmicas internacionais. A continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, que se estende há mais de três anos, intensificou a percepção de vulnerabilidade no continente.

Em meio ao enfraquecimento da aliança transatlântica, especialmente com os sinais de distanciamento dos Estados Unidos em relação à Ucrânia sob o novo mandato de Donald Trump, países europeus têm buscado fortalecer sua integração estratégica e autonomia de defesa. Nesse contexto, o retorno parcial do Reino Unido ao diálogo com o bloco é visto como uma medida pragmática para reforçar a coesão europeia.

Além disso, há um interesse mútuo em consolidar alianças diante da ascensão de potências autoritárias, da instabilidade no Mar Báltico e da necessidade de coordenar políticas migratórias, energéticas e climáticas.

“A Europa precisa falar com uma só voz em temas centrais para sua sobrevivência estratégica. E isso inclui o Reino Unido”, declarou Ursula von der Leyen durante a cúpula, sinalizando que a integração britânica, mesmo que limitada, é bem-vinda.

Por parte dos britânicos, há também uma leitura de que o isolamento comercial pós-Brexit reduziu a competitividade da economia nacional. Os gargalos na cadeia de suprimentos, a queda nas exportações e o aumento da burocracia alfandegária foram alguns dos problemas que se acentuaram desde a saída do bloco.

Ao buscar um novo arranjo com a União Europeia, o governo Starmer tenta reverter parcialmente esses danos, sem, no entanto, reabrir o debate sobre reintegração plena, que permanece politicamente sensível.

Esse novo momento das relações bilaterais se diferencia do espírito beligerante que marcou o Brexit e inaugura uma fase baseada na cooperação pragmática, sem reverter o divórcio formal, mas com forte apelo simbólico e estratégico. É, como definiu o chanceler britânico David Lammy:

“Uma reconstrução inteligente das pontes que jamais deveriam ter sido queimadas”.

Principais pontos do acordo

Os novos acordos firmados não representam um retorno formal ao bloco, mas restabelecem uma série de vínculos que haviam sido rompidos com o Brexit.

A reaproximação é estruturada em torno de áreas estratégicas como defesa, comércio, pesca, mobilidade juvenil e energia, e revela a tentativa britânica de reinserir-se seletivamente na arquitetura europeia sem abrir mão da soberania política adquirida com a saída do bloco.

Na área de defesa, o ponto mais simbólico foi a inclusão do Reino Unido no acesso ao fundo europeu SAFE (Support to Ammunition and European defense), criado para fortalecer a base industrial de defesa europeia. Com uma dotação de €150 bilhões, o fundo permite ao Reino Unido participar de consórcios estratégicos, compartilhar informações sobre planejamento militar e integrar projetos de desenvolvimento de tecnologias bélicas com empresas do bloco.

Este gesto reflete não apenas uma mudança de postura por parte de Londres, mas também um reconhecimento da União Europeia de que, diante da guerra na Ucrânia e da diminuição do apoio americano a Kiev sob o novo mandato de Donald Trump, é essencial reforçar a autonomia militar da Europa Ocidental com a participação britânica.

No campo comercial, foram celebrados acordos que simplificam os controles sanitários e fitossanitários que vinham dificultando a exportação de produtos britânicos, especialmente no setor agroalimentar. Após anos de atrasos logísticos e aumento de custos alfandegários, os produtores britânicos terão agora um sistema de certificação mais fluido, que garante a continuidade da circulação de bens sem comprometer os padrões regulatórios da UE.

O governo britânico também sinalizou interesse em discutir a reinclusão parcial do Reino Unido na união aduaneira para setores específicos da economia. Um ponto sensível, mas que poderá avançar dependendo do cenário político interno.

Em relação à pesca, uma das áreas mais controversas do Brexit, o novo acordo prevê a extensão do acesso das frotas europeias às águas territoriais britânicas até 2038, em troca de investimentos diretos da União Europeia no setor pesqueiro britânico, especialmente em regiões costeiras que sofreram perdas econômicas desde 2020. O compromisso inclui financiamento para infraestrutura portuária, programas de capacitação e compensações a comunidades pesqueiras afetadas.

No eixo da mobilidade juvenil, os dois lados anunciaram o lançamento de um “Esquema de Experiência Juvenil”, que permitirá que jovens britânicos e europeus trabalhem e estudem em intercâmbio por até dois anos, com vistos facilitados e reconhecimento acadêmico bilateral. Trata-se de um movimento que sinaliza a revalorização do capital humano como instrumento de aproximação política, cultural e educacional. Há também conversas em andamento para a reincorporação do Reino Unido ao programa Erasmus, do qual havia se retirado em 2020.

Em energia, outro tema sensível diante da crise energética desencadeada pela guerra na Ucrânia, os dois lados sinalizaram disposição para cooperar em projetos de transição verde e integração de redes. A União Europeia vê no Reino Unido um parceiro relevante para o avanço em energia eólica offshore e tecnologias de captura de carbono, setores nos quais o país tem destaque tecnológico.

Opinião pública e cenário político

A reaproximação entre Reino Unido e União Europeia ocorre em um cenário político interno britânico complexo e marcado por divisões profundas sobre o legado do Brexit. Pesquisas recentes indicam que 55% dos britânicos hoje apoiam uma maior integração com a UE, refletindo um desgaste da narrativa original do “Take Back Control” (“Retomar o Controle”) que foi o mote central da campanha pelo Brexit em 2016. Apenas 30% acreditam que a saída da União Europeia foi uma decisão acertada, segundo levantamento do instituto YouGov divulgado em abril de 2025.

Essa mudança de percepção está diretamente ligada aos impactos econômicos e sociais sentidos nos últimos cinco anos. A dificuldade em manter cadeias de suprimentos estáveis, a elevação de custos para exportadores e consumidores, e as barreiras burocráticas são frequentemente citadas por empresários e cidadãos comuns como problemas decorrentes do afastamento do mercado único europeu.

No entanto, a reincorporação formal ao bloco ainda é vista como uma possibilidade remota, em razão de resistências políticas profundas. O Partido Conservador, apesar de ter sido derrotado nas eleições gerais de 2024, continua a influenciar fortemente o debate público. Fatores populistas e nacionalistas dentro do partido enxergam a reaproximação como uma traição aos princípios do Brexit, acusando o governo de Keir Starmer de “desfazer a independência” do país.

Paralelamente, forças políticas à esquerda e setores empresariais têm pressionado por maior pragmatismo. Para Starmer, o principal desafio é balancear essas pressões sem perder o apoio popular ou reviver divisões internas. Sua estratégia tem sido buscar uma “terceira via”.

No campo europeu, a recepção ao acordo é majoritariamente positiva, embora cautelosa. Lideranças como Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ressaltam que o entendimento não significa a reabertura de negociações para um reingresso completo, mas sim a construção de uma parceria que possa enfrentar conjuntamente desafios comuns, como a segurança continental e a estabilidade econômica.

Perspectivas futuras

A reaproximação abre um novo capítulo nas relações europeias, mas o futuro desse relacionamento ainda está longe de ser totalmente definido. No médio prazo, a prioridade para ambos os lados será consolidar a implementação dos novos acordos, especialmente nos setores de defesa, comércio e mobilidade juvenil.

A participação britânica no fundo europeu SAFE poderá impulsionar o desenvolvimento conjunto de tecnologias militares, fortalecendo a autonomia estratégica europeia em um contexto de incertezas na relação transatlântica, principalmente diante do enfraquecimento do apoio americano à Ucrânia e a recente aproximação dos Estados Unidos com a Rússia.

O governo britânico também deverá investir em modernizar suas infraestruturas comerciais para tirar pleno proveito da flexibilização dos controles alfandegários. Apesar das pressões internas dos setores mais conservadores, a abertura de diálogo para possível reintegração parcial à união aduaneira para determinados setores pode ganhar força caso os benefícios econômicos se confirmem.

Geopoliticamente, a cooperação reforçada entre Reino Unido e União Europeia poderá influenciar o equilíbrio de poder na região. A redução da confiança entre Washington e Kiev, somada à crescente tensão nas fronteiras da Europa Oriental, tem levado as nações europeias a buscar uma voz mais unificada e independente em temas de segurança e defesa. A participação britânica, com sua capacidade militar e experiência em segurança global, é vista como um elemento fundamental nessa estratégia.

Além disso, a colaboração em áreas como energia renovável e mudanças climáticas deverá crescer, considerando os compromissos ambientais de ambos os lados e a necessidade de enfrentar a crise energética causada pela guerra na Ucrânia. Projetos conjuntos em tecnologias limpas e infraestrutura verde podem se tornar pilares dessa nova parceria.

Redação: Isabela Campanhã da Silva
Revisão: Luísa Guena
Reprodução de imagem: Freepik

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