Com uma série de visitas pelos museus e instituições culturais de São Paulo, o professor Martin Grossmann dinamiza o curso de Introdução à Museologia da Escola de Comunicações e Artes da USP. Em conversa com os ouvintes da Rádio USP, o colunista de Na Cultura, o Centro Está Em Toda Parte conta sobre a visita ao Museu de Arte de São Paulo, que encerrou a programação deste segundo semestre (clique e ouça o player acima).

“Fizemos uma visita ao Masp acompanhados de Daniela Avelar, que integra a equipe de curadoria, também responsável pela ação educativa e pela relação mais cuidadosa com o público”, explica. “O Masp é um museu privado, sem fins lucrativos, e foi fundado em 1947 pelo empresário mecenas Assis Chateaubriand, o Chatô, que teve a sua biografia escrita por Fernando Morais e lançada em 1994. O livro revela não só a vida do polêmico e influente personagem da história do Brasil no século 20, como também o próprio contexto brasileiro que gerou não só esse museu, em 1947, como também o Museu de Arte Moderna de São Paulo, além de uma política cultural para o Brasil.”

Para Grossmann, a visita aos equipamentos culturais da cidade é muito importante para a formação dos estudantes. “É um programa que permite uma maior intimidade com museus e centros culturais e também uma relação dialógica, uma vez que essa visita se faz acompanhada por pessoas que integram as equipes técnicas dessas instituições.”

Com a orientação de Daniela  Avelar, os alunos debateram o projeto curatorial do Masp. “Esse programa retorna com os cavaletes de vidro em uma experiência única no mundo. Ou seja, os visitantes podem caminhar livremente entre os cavaletes de vidro e fazer a sua própria trajetória nessa rica história da arte ocidental.”

Grossmann aponta também a importância da nova lógica historiográfica do Masp, sintonizada com outros trajetos curatoriais da Europa e Estados Unidos. “Esses trajetos são baseados em teorias decoloniais que reveem a grande  história da arte ocidental, propondo uma sobreposição ou encontro de diferentes histórias. O Masp vem tratando isso com bastante rigor ao trazer outras histórias que até então não estavam sendo consideradas, tanto pelo próprio Masp como por outros museus.”

Diante da importância da visita, Martin Grossmann sugere: “Para finalizar, acredito que talvez o Masp possa abrir as cortinas de sua Pinacoteca e permitir a interação com a cidade de São Paulo e o seu centro. Reluzindo…”

Martin Grossmann indica, para maior compreensão, a leitura do dossiê do Masp, que o Fórum Permanente lançou em 2004:

http://www.forumpermanente.org/imprensa/dossie-masp

Fonte: Jornal da USP