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Saúde

Professor de química utiliza mesmo objeto pontiagudo para fazer testes de sangue em alunos

Mais de 40 estudantes participaram da aula, autoridades investigam o caso ler

19 de março de 2025 - 18:30

Na última sexta-feira (14), um caso preocupante envolvendo estudantes de Laranja da Terra, no Espírito Santo, veio à tona, após o uso impróprio de um objeto para coleta de sangue em uma aula de Química. O professor furou os dedos de mais de 40 alunos com o mesmo instrumento.

O que foi utilizado para furar os dedos dos alunos?

Embora os pais inicialmente tenham relatado que uma agulha foi utilizada, a Secretaria de Estado de Educação (Sedu) do Espírito Santo esclareceu, na terça-feira (18), que o objeto era uma lanceta, que é um pequeno dispositivo de aço estéril e descartável.

Contudo, médicos que analisaram o vídeo do incidente não confirmaram que o objeto visível nas imagens era uma lanceta, gerando dúvidas sobre a natureza do instrumento utilizado.

Como o compartilhamento do objeto ocorreu?

O professor utilizou a lanceta para coletar amostras de sangue dos alunos durante uma aula de Práticas Experimentais em Ciências, onde os estudantes estavam aprendendo sobre tipos sanguíneos.

A mesma lanceta foi usada em múltiplos alunos, o que expôs os estudantes ao risco de contágio de doenças infecciosas.

Quantos alunos foram atingidos?

O número de estudantes envolvidos varia conforme as fontes. Inicialmente, a Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra informou que 43 alunos foram atendidos, enquanto a Sedu apontou 44.

Uma aluna relatou que as atividades envolveram alunos de quatro turmas entre os dias 7 e 14 de março, somando o total de estudantes afetados.

Qual a idade dos alunos?

Os estudantes têm entre 16 e 17 anos, e pertencem às turmas de 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

Estado de saúde dos alunos

De acordo com a Sedu, todos os alunos estão bem e seguem frequentando as aulas normalmente. A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que, logo após o ocorrido, os estudantes passaram por testes rápidos, que não detectaram doenças transmissíveis.

Para garantir a segurança dos alunos, foram realizados testes adicionais para hepatite B e C, e novos exames estão previstos para os próximos 30 dias.

Por que os alunos aceitaram participar da atividade?

Uma aluna de 16 anos explicou que a confiança no professor foi o motivo para aceitarem a atividade, apesar do risco.

“A gente acreditou que estava tudo bem, porque ele estava limpando a agulha com álcool”, afirmou a estudante.

No entanto, médicos alertaram que a simples limpeza com álcool não é suficiente para garantir a segurança ao utilizar objetos perfurocortantes.

Como o caso chegou às autoridades?

O caso foi relatado à Sedu na sexta-feira (14), quando uma conversa foi realizada com os alunos, explicando o erro do professor. A situação gerou indignação e confusão entre os estudantes, e logo após, a Secretaria de Saúde e a Polícia Civil foram acionadas.

O que aconteceu com o professor?

O professor de Química foi demitido pela Sedu e o caso foi encaminhado à corregedoria da Secretaria. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o ocorrido, e o delegado responsável informou que o professor pode responder por exposição a perigo, crime previsto no Código Penal Brasileiro, que prevê pena de 3 meses a 1 ano de prisão.

O que dizem as autoridades?

A Sedu informou que todos os alunos envolvidos estão sendo acompanhados por meio de exames médicos e que a atividade de coleta de sangue foi realizada sem a devida autorização da coordenação pedagógica da escola.

A Secretaria Municipal de Saúde também destacou que todos os estudantes estavam bem e não apresentaram sintomas graves. Além disso, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo está acompanhando as investigações e aguardando os resultados dos exames para tomar as medidas legais cabíveis.

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, e a comunidade escolar continua acompanhando as consequências do ocorrido.

 

Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Reprodução de Imagem: G1

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