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Prefeito mal avaliado prejudica reeleição de vereadores da sua base parlamentar
A taxa de reeleição da base parlamentar de governo mal avaliado pela opinião pública e pela população não passa de 33,3% ler
Desde a eleição de 2008 ao fim da atual legislatura (2008-2024), depois de quatro ciclos eleitorais, podemos afirmar que o sucesso ou o fracasso administrativo dos prefeitos de Marília percebido pela população reflete diretamente no desempenho eleitoral pró-reeleição dos vereadores das suas respectivas bases parlamentares.
Em miúdos, uma boa administração produz reeleição para sua base legislativa. Uma administração ruim torna-se uma tragédia para os vereadores fiéis. Já uma administração regular impõe custos elevados a sua base eleitoral no momento da reeleição, mas, ainda permite uma competitividade residual para os seus “escolhidos”.
Vamos aos dados. O Prefeito Mario Bulgareli foi reeleito para um novo mandato com avaliação positiva. Como resultado, a taxa de reeleição na Câmara dos Vereadores também foi alta. De nove vereadores da base legislativa, 7 foram reeleitos. Um vereador não assumiu a cadeira porque foi cassado por compra de voto. E dois vereadores da base decidiram não disputar as eleições: Bassan e Cavina. Muito provavelmente, o primeiro deles seria também reeleito. Taxa de sucesso de reeleição de vereadores da base legislativa da primeira administração Bulgareli bem avaliada pela população: 77,77%.
Os eleitos para a legislatura 2009-2012 foram:
Em 2011, Bulgareli renunciou ao mandato para não ser cassado em virtude de uma série de mal feitos. O vice-prefeito Ticiano Toffoli assumiu a Prefeitura e não reverteu o quadro de colapso administrativo do mandato.
Como conseqüência, a oposição liderada por Vinicius Camarinha acabou alcançando o poder Executivo, enquanto houve na Câmara dos Vereadores uma taxa pequena de reeleição. Foram reeleitos apenas Damasceno, Coraíni e Yoshio. Todos eles oposição a administração Bulgareli/Toffoli. Yoshio não assumiu o mandato porque foi condenado por compra de voto e só foi reeleito por isto.
A base legislativa do governo Bulgareli/Toffoli foi severamente punida pelos maus resultados do poder Executivo. De dez vereadores, dez não retornaram para a legislatura 2013-2016. Taxa de sucesso de reeleição de vereadores da base legislativa da administração Bulgareli/Toffoli mal avaliada pela população: 0%.
Os vereadores eleitos para a nova legislatura (2013-2016) foram:
Na eleição de 2016, o então Prefeito Vinicius Camarinha teve uma administração regular. Como conseqüência, não foi reeleito por uma margem mínima de votos. Dos 10 vereadores da base majoritária de ex-prefeito Vinicius Camarinha, sete vereadores não foram reeleitos. Taxa de sucesso de reeleição de vereadores da base legislativa da administração Vinicius Camarinha avaliada como regular pela população: 30%. A legislatura 2017-2020 ficou assim:
Em 2020, o prefeito Daniel Alonso foi reeleito. A administração foi apenas regular. A vitória ocorreu pela ausência de candidato competitivo. O adversário principal acabou tendo seus direitos políticos cassados na reta final da eleição. A taxa de eleitores que não foi votar foi elevadíssima. Pode-se afirmar que a eleição foi decidida no “tapetão judicial” e com ajuda significativa da pandemia do Covid-19.
O resultado na taxa de reeleição na Câmara foi igual do governo anterior. Da base legislativa do primeiro mandato de Daniel, de 9 vereadores, retornaram 3 vereadores. Todos eles escolhidos do Prefeito: Rezende, Galete e Daniela. Vereadores identificados com o atual Prefeito desde a eleição de 2012 e 2016 não foram reeleitos: Delegado Damasceno, Zé Luis Queiroz, Maurício Roberto, João do Bar, Albuquerque, Cícero (candidato à vice-prefeito) e Coraíni (aposentadoria). Entraram 7 novos vereadores, enquanto a oposição manteve três cadeiras: Nardi, Custódio e Danilo. Taxa de sucesso de reeleição de vereadores da base legislativa da primeira administração Daniel Alonso: 33,3 %.
A atual legislatura (2021-2024) ficou assim:
Os números e a história não mentem: Bulgareli disputou a reeleição bem avaliado e reelegeu 7 vereadores da sua base legislativa (77,7% de sucesso); Toffoli disputou a reeleição como administrador ruim e não reelegeu nenhum vereador (0% de sucesso); Vinicius disputou a reeleição avaliado como regular e reelegeu 3 vereadores (30% de sucesso); Daniel Alonso disputou a reeleição como prefeito regular+ e reelegeu 3 vereadores da base legislativa (33,33% de sucesso).
A conclusão é uma só: fidelidade legislativa a um governo mal avaliado pela opinião pública e pela população é o caminho certo para o vereador não ser reeleito na próxima eleição. Não tem assistencialismo que resolva: cestas básicas, festinhas de aniversário, churrasco, conta de luz, tudo em vão.
Já para um governo avaliado como regular, a reeleição só é garantida para aqueles vereadores considerados caciques escolhidos pelo poder Executivo. São os conhecidos candidatos da máquina que contratam legiões de apoiadores, lideranças populares e cabos eleitorais. Só o time pago da campanha garante a reeleição.
A regra é clara: dar apoio parlamentar a governo ruim custará sua reeleição. Votar disciplinado com um governo regular lhe trará a reeleição se você for vereador escolhido do Prefeito. A garantia certa para a reeleição é ser oposição qualitativa a governos ruins ou regulares. O eleitor sabe reconhecer e, principalmente, PUNIR.