Após o anúncio do governo de São Paulo, no início da tarde desta sexta-feira, 19 de junho, do retrocesso da região de Marília da Fase 2 (laranja) para a Fase 1 (vermelha) no Plano São Paulo para a flexibilização da quarentena, o prefeito de Marília, Daniel Alonso (PSDB), fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais para confirmar a permanência da cidade na Fase 2.

Uma liminar concedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) garantiu ao município a autonomia para adotar a flexibilização, levando em consideração os dados e critérios especificados pelo decreto do governador João Doria (PSDB) que instituiu o Plano São Paulo.

Para tomar a decisão, o prefeito Daniel disse ter se reunido no período da tarde com a nossa equipe de sanitaristas, epidemiologistas, infectologistas, e membros da pasta da Saúde do município, para fazer os cálculos referentes à realidade da cidade e informar os motivos da manutenção de Fase.

“Marília continua na faixa laranja [se referindo à Fase 2 do Plano São Paulo]. Pelos nossos critérios técnicos poderíamos até avançar. Não faremos isso por uma questão de prudência e de cautela”, garantiu o prefeito Daniel.

O motivo do rebaixamento da região seria a piora nos indicadores de saúde. Com o rebaixamento, apenas os serviços considerados essenciais poderão funcionar a partir de segunda-feira (22). Já em Marília, conforme explicou Alonso, os dados atuais, os quais prometeu divulgar à imprensa e deixar disponível à população, garantem a adoção de uma fase com um pouco mais de flexibilização da quarentena.

Segundo o prefeito Daniel Alonso, o problema não está no comércio, mas na população que desrespeita o isolamento.

“O problema não está no comércio, o problema não está nos shopping centers, o problema não está nos restaurante, porque a fiscalização está permanentemente cuidando desses estabelecimentos. Onde há estabelecimentos, onde há espaço público, (…) a nossa fiscalização, tanto de postura, como fiscalização sanitária, como a Polícia Militar, como o Corpo de Bombeiro, está atenta trabalhando diuturnamente. (…) O problema está nos finais de semana, nas festas que acontecem, nas chácaras particulares”, explicou Alonso, que citou casos de aglomerações públicas para lazer e em festas privadas.

O prefeito ainda defendeu a postura do comércio local, que diz estarem, pelo menos a maioria, cumprindo com as regras estabelecidas.

“Nas questões protocolares, todos os estabelecimentos, na maioria dos casos, estão fazendo a sua parte. Precisa somente que a população faça a dela. Nós não queremos que as pessoas fiquem dentro de casa, enclausuradas para sempre, não é isso, mas que saia somente o necessário”, ponderou o prefeito.

O prefeito Daniel finaliza o vídeo propondo um “pacto” com a população mariliense:

“Nós temos que assumir esse pacto. Eu faço a minha parte, fiscalizando o município, e você faz a sua parte, fiscalizando a sua casa”.

Plano São Paulo

Os cinco critérios que baseiam a classificação das regiões são: ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), total de leitos por 100 mil habitantes e novas internações, casos e mortes na semana em comparação à semana anterior.

Várias cidades apresentaram piora nas taxas de ocupação e novas internações, critérios que possuem peso maior na conta.

“Na região de Marília aumentou 51% e na região de Registro 67% o numero de internações. Isso aponta para a possibilidade de um excesso pro sistema de saúde, excessos de casos graves, casos precisando de internação. Por isso, essa regiões, neste momento, estão classificadas como vermelho, então elas retrocederam em relação a situação do período anterior”, afirmou Carlos Carvalho, coordenador do Centro de Contingência do estado.