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Post oficial de Cannes vira guerra entre brasileiros e iranianos nas redes
Críticas a filme iraniano sobre mulheres geram ataques mútuos; festival pede "respeito à arte" ler
A POSTAGEM QUE DETONOU A POLÊMICA
Na quinta-feira (23), o perfil oficial de Cannes compartilhou um trecho de “O Silêncio das Sombras”, filme da diretora iraniana Parisa Mohajer, que mostra uma jovem forçada a se casar com seu estuprador. A legenda em francês – “A arte confronta verdades incômodas” – recebeu 58 mil comentários em 24 horas, com brasileiros acusando o longa de “romantizar violência” e iranianos contra-argumentando com críticas à “hipocrisia ocidental”.
BRASILEIROS LIDERAM CRÍTICAS
Grupos feministas do Brasil viralizaram a hashtag #CannesNãoÉCúmplice, exigindo a retirada do filme da competição. “Isso não é arte, é propaganda de um regime opressor”, escreveu a influenciadora Maria Ribeiro, cujo post teve 210 mil shares. Já ativistas pró-direitos humanos no Irã rebateram: “O filme expõe a realidade que vocês ignoram ao usar véu como acessório de moda”.
RESPOSTA DA DIREÇÃO DO FILME
Parisa Mohajer, que filmou clandestinamente no Irã, respondeu em vídeo: “Quem critica sem ver o filme inteiro é cúmplice do silêncio”. Ela revelou que a protagonista, interpretada pela atriz Zahra Karimi, foi presa após as filmagens. Cenas finais mostram a personagem queimando o véu em praça pública – detalhe omitido no trailer, mas que gerou ameaças de morte à diretora.
FESTIVAL TENTA ACALMAR ÂNIMOS
A organização de Cannes emitiu nota defendendo a “liberdade criativa” e anunciou um debate com especialistas em direitos das mulheres no sábado (25). Porém, a medida não conteve os ataques: perfis pró-governo iraniano publicaram fotos de brasileiras em festas com a legenda “Onde está sua liberdade?”, enquanto usuários do Brasil postaram montagens comparando o filme a “365 Dias”.
O PAPEL DA DIÁSPORA
Iranianos exilados na Europa entraram na briga. Leila Amadi, ativista em Paris, postou: “Apoiar esse filme é validar a tortura de mulheres sob o véu”. Já o coletivo Women Life Freedom pediu boicote a Cannes, lembrando que a diretora Mohajer é prima de um general iraniano – acusação que ela nega: “Minha família me rejeitou por fazer cinema”.
REPERCUSSÃO NO CINEMA NACIONAL
Cineastas brasileiros se dividiram: Karim Aïnouz defendeu a “complexidade da arte”, enquanto Tata Amaral criticou Cannes por “dar palco a regimes autoritários”. A polêmica eclipsou a estreia do filme brasileiro “Sertão em Chamas”, que teve apenas 12 perguntas em sua coletiva – todas sobre o confluto nas redes.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
Para a socióloga Eva Blay, a briga reflete “choque de ignorâncias”: “Nenhum lado está disposto a ouvir”. Já o crítico de cinema Ismail Xavier ponderou: “Cannes historicamente provoca, mas precisa medir impactos políticos. Isso não é mais só sobre cinema”.
PRÓXIMOS CAPÍTULOS
O Ministério das Relações Exteriores do Irã ameaçou processar usuários brasileiros por “difamação à cultura persa”, e o Itamaraty estuda responder à nota. Enquanto isso, o perfil de Cannes desativou comentários – pela primeira vez em 78 anos de festival.
Autor: Beatriz Marçal
Revisor: Victor Hugo Santana
Imagem: AP Photo