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Policial Militar é preso após arremessar homem da ponte

Aumento da violência policial em SP: Caso do entregador jogado em um córrego no extremo sul de SP ganha repercussão ler

10 de dezembro de 2024 - 08:00

O soldado Luan Felipe Alves Pereira, acusado de ter jogado um homem de uma ponte de cerca de três metros, foi preso na última quinta-feira (5) após decisão da Justiça Militar de São Paulo. A prisão foi decretada pela Corregedoria da Polícia Militar (PMSP) e aceita pelo Tribunal de Justiça Militar na quarta-feira (4).

De acordo com investigações da CNN, o soldado ficará preso no Presídio Militar Romão Gomes, localizado na zona Norte de São Paulo.  Em depoimento ao inquérito militar, Luan relatou que sua intenção era apenas jogar o motociclista no chão, e não da ponte. Mas afirmou que tinha a intenção de imobilizá-lo após ele ter fugido da abordagem dos policiais. No entanto, a Corregedoria rejeitou a justificativa:

Não há como acolher as declarações apresentadas pelo investigado, pois as imagens largamente difundidas e materializadas no presente feito demonstram conduta errante e inaceitável a quem deveria proteger a integridade de outras pessoas e fazer cumprir a lei” afirmou o órgão em nota.

Além de Luan, outros 12 agentes envolvidos no episódio foram afastados de suas funções a pedido da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A Polícia Civil, através da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO), também investiga o caso. O inquérito militar aponta possíveis crimes de lesão corporal e violência arbitrária, previstos no Código Penal Militar.

A vítima e depoimento do pai

O homem arremessado da ponte foi identificado como Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos e é entregador. Após a queda, Marcelo teve o apoio dos moradores da região.  O pai de Marcelo deu uma entrevista ao Jornal Nacional criticando a ação agressiva do PM: 

É inadmissível, não existe isso aí. A polícia está aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez. Trabalhador, menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, passagem [pela polícia], não tem nada. Queria a explicação desse policial e o porquê ele fez isso”

Aumento da violência policial na cidade. 

Segundo dados do Instituto Sou da Paz, baseado em estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), as mortes causadas por policiais militares na cidade de São Paulo tiveram um crescimento de 78,5% nos  primeiros 8 meses de 2024, em comparação com o ano anterior. 

Os índices apresentaram um crescimento significativo a partir de 2023, com o início do governo de Tarcísio Freitas, atual governador de São Paulo.

O caso do soldado Luan arremessando Marcelo em um córrego, junto a outros episódios recentes de extrema violência policial na capital, ganhou ampla repercussão na mídia e colocou em evidência a atuação de Guilherme Derrite (PL), atual secretário de Segurança Pública

Durante essa quarta-feira (4) o governador foi questionado sobre a gestão de Derrite. Em resposta, o governador Tarcísio de Freitas defendeu o secretário: “Olha os números que você vai ver que está fazendo um bom trabalho” Apesar da declaração e de críticas aos jornalistas, o governador não apresentou dados concretos. 

Dessa forma, esse diversos casos recentes das ações assustadoras da PM contra a população exemplificam o aumento da conduta violenta dos policiais na capital,  reforçando a necessidade de maior atenção e supervisão das atividades policiais. 

 

Redator: Karini Yumi

Revisor: Maisa Faria

Imagens: Reprodução/ Tv Record

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