Em uma operação deflagrada nesta quarta-feira (5), a Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou uma organização criminosa especializada no furto de petróleo de dutos subterrâneos da Petrobras. A ação, denominada “Ouro Negro”, identificou o contraventor Vinícius Drumond, herdeiro do bicheiro Luizinho Drumond, como o líder estratégico e financeiro do grupo.

De acordo com as investigações conduzidas pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), a quadrilha operava no Rio de Janeiro e em outros estados, extraindo petróleo bruto para revendê-lo como matéria-prima na produção de asfalto, borracha e plástico. O financiamento das operações era proveniente de recursos oriundos do jogo do bicho, permitindo a aquisição de equipamentos de alta tecnologia, aluguel de veículos para transporte dos combustíveis e pagamento de funcionários envolvidos nas atividades ilícitas.

A estrutura da organização era bem definida, com membros responsáveis pela perfuração dos dutos, transporte do material furtado, informantes que alertavam sobre a presença policial e laranjas utilizados para ocultar as atividades ilegais. A polícia destacou os riscos ambientais significativos decorrentes das ações do grupo, incluindo potenciais desastres ecológicos, desabastecimento de água em áreas urbanas e riscos de explosões e incêndios nos locais de refino clandestino do petróleo.

Além de Vinícius Drumond, a investigação apontou a participação de Franz Dias Costa e Mauro Pereira Gabry, ambos com histórico em esquemas de furto de combustíveis e outras atividades criminosas. A família Gabry possui ligações estreitas com a contravenção no Rio de Janeiro, sendo Mauro responsável pela administração das operações criminosas no Sul Fluminense, sob a coordenação de Drumond.

Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos suspeitos. A polícia apreendeu documentos, equipamentos e quantias em dinheiro que serão analisados para aprofundar as investigações. Até o momento, não foram emitidos mandados de prisão, mas as autoridades não descartam futuras detenções conforme o avanço das apurações.

A Polícia Civil ressaltou a gravidade dos crimes cometidos pela quadrilha, que não apenas causavam prejuízos financeiros à Transpetro, subsidiária da Petrobras, mas também representavam uma ameaça significativa ao meio ambiente e à segurança pública. As investigações continuam em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa.

Redator: Vitor Hugo Santana Lima

Revisora: Beatriz Acosta Marçal

Foto por: Thomas H – Pixabay

Vitor Hugo Santana Lima Graduando em Relações Internacionais - UNESP - Marília