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COVID-19

PF faz operação no RJ contra desvios no combate à pandemia de Covid-19

Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados na residência oficial do governador Witzel e no escritório de advocacia da sua esposa Helena ler

26 de maio de 2020 - 11:50

A PF (Polícia Federal) cumpriu pela manhã de hoje (26) mandados de busca e apreensão no Palácio das Laranjeiras, a residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em um imóvel no bairro do Grajaú, residencial pessoal do governador e no escritório de advocacia da sua esposa Helena Witzel.

A operação Placebo investiga indícios de desvios de recursos públicos da saúde pública do Rio de Janeiro durante o estado de emergência provocado pela pandemia da Covid-19. Witzel é alvo das investigações.

As suspeitas apontam para um esquema de corrupção (fraude de documentos e superfaturamento de valores de insumos) envolvendo a Iabas, gestora de hospitais de campanha e também servidores da cúpula do sistema de gestão da saúde do Rio de Janeiro.

A operação foi solicitada pelo Procurador-geral da República, Augusto Aras. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou 12 mandados de busca e apreensão, sendo dez no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. De acordo com o STJ, o processo corre em segredo de Justiça.

Contrato suspeito no escritória da primeira-dama

Os agentes federais encontraram um contrato suspeito entre o escritório de advocacia onde trabalha Helena Witzel e uma das empresas investigadas pelo desvio de recursos públicos na área de saúde do Rio de Janeiro.

A primeira-dama teria recebido R$ 225 mil em honorários de uma empresa investigada na Operação Lava-Jato, bem como nos desvios na área de saúde do Rio de Janeiro.

Diante do fato, o Ministério Público Federal sustenta que provas coletadas em operações anteriores indicam a existência de uma estrutura hierárquica criada no governo do Rio de Janeiro para fraudar recursos públicos, na qual o governador Witzel seria o comandante das ações.

As autoridades responsáveis pelo Operação Placebo da PF estudam medidas mais drásticas em relação à primeira-dama do estado. Entre elas, medidas restritivas de liberdade, quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático.

Reação do Governador Witzel

Em nota oficial, o governador Wilson Witzel nega participação ou autoria nas irregularidades investigadas pela Operação Placebo. Repudiou ainda o fato de deputados bolsonaristas terem anunciado a operação na vésperas, denotando assim indícios de vazamento.

Sobre este ponto, Witzel afirmou que

“A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada”.

Por fim, o governador Witzel colocou-se à disposição da Justiça e abriu todos seus sigilos pessoais. Salientou que está alinhado com a Justiça e espera apuração rápida dos fatos.

A íntegra da nota oficial está abaixo:

“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro.​”

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