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Pesquisadores utilizam laser para tratar neuropatia diabética

Distúrbio nervoso afeta nervos periféricos no paciente diabético, podendo levar a um caso grave de gangrena quando não tratado ler

10 de julho de 2020 - 20:00

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolveram um tratamento experimental para um distúrbio nervoso, até o momento, sem cura: a neuropatia diabética. Essa complicação crônica tem como causa o diabete e afeta os nervos periféricos do corpo, como explica Milena Cristina Dias Calsaverini, cirurgiã vascular do Hospital Universitário da USP: “A neuropatia diabética é uma lesão que acontece nos nervos periféricos no paciente diabético, que se inicia pela progressão da microangiopatia diabética. O paciente tem uma lesão da microcirculação e progressivamente isso vai levando à destruição dos nervos periféricos, produzindo uma característica perda progressiva da sensibilidade protetora das extremidades, então ele perde essa sensibilidade, esse mecanismo de dor”.

Com uso de laser de baixa intensidade, o tratamento busca melhorar a cicatrização e atenuar a dor dos pacientes que convivem com ela, ao se mostrar eficaz no tratamento de inflamações. Esse laser já é utilizado, por exemplo, na área odontológica, para tratar feridas bucais. A iniciativa é coordenada pela professora Camila Squarzoni Dale, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. O projeto conta com a parceria do Hospital Universitário da USP desde 2018 e o tratamento experimental é feito no Ambulatório de Feridas há mais ou menos um ano.

A pesquisadora Victoria Regina da Silva Oliveira, do Departamento de Anatomia do ICB, é a responsável pelas aplicações nos pacientes e relembra como essa parceria surgiu: “Ficamos sabendo desses pacientes no Hospital Universitário, e que havia uma procura bastante grande no ambulatório de feridas de pacientes que tinham feridas diabéticas e que só tinham o tratamento convencional, que era o uso de curativos, os desbridamentos que eles fazem e que, no entanto, era um tratamento bastante doloroso, e o resultado, algumas vezes, demorava. Então a gente pensou como seria o efeito do laser para tratar essas feridas decorrentes do diabete, diminuindo todo o custo que esse paciente tem, que o próprio hospital tem, diminuindo também as idas desse paciente para o hospital e melhorando diretamente a qualidade de vida desses pacientes, melhorando então a cicatrização e também a dor que esses pacientes vêm a sentir”.

Fonte: Jornal da USP (jornal.usp.br/?p=335475)
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