Nesta sexta-feira (13), o Centro Acadêmico de Relações Internacionais (CARI) da Unesp Marília, divulgou em seu Instagram os resultados preliminares de uma pesquisa sobre o perfil e a satisfação dos estudantes do curso. Os dados chamam a atenção por revelar descontentamento dos alunos, em contraste com o reconhecimento crescente da universidade em rankings internacionais.  

Segundo a pesquisa do Centro Acadêmico, apenas 23,3% dos estudantes que trabalham, atuam em setores ligados às Relações Internacionais, enquanto 60% acreditam que a grade curricular não atende às áreas em que desejam atuar. Além disso, 56,7% dos alunos deram nota 3, em uma escala de 1 a 5, para a satisfação com os professores e as aulas, apontando desafios na experiência acadêmica.

Os dados convergem com uma pesquisa nacional da CNN, realizada em setembro, que revela que 29,4% dos profissionais formados em Relações Internacionais não exercem nenhuma atividade remunerada. Esses números refletem uma ampla dificuldade de inserção profissional, que também atinge os alunos da Unesp.

O levantamento também mostra que 56,7% dos alunos do curso são mulheres, 75,6% se autodeclaram brancos, e a maior parte veio de escolas públicas. Esses números ajudam a desenhar o perfil das turmas, apontando temas relevantes para discussões internas sobre o curso e sua formação. 

O contraste surge quando se observa o desempenho institucional. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) subiu cinco posições no ranking das melhores universidades da América Latina da consultoria britânica Times Higher Education. No levantamento mais recente, a Unesp passou de décimo (10°)  para quinto (5°) lugar, consolidando-se como uma referência acadêmica na área.  

Criado em 2003, o curso de Relações Internacionais da Unesp é noturno, com duração de quatro anos, e continua sendo bastante procurado, com 10,2 candidatos por vaga no vestibular de 2024.  

Apesar do reconhecimento internacional, os dados mostram que existe bastante espaço para melhoria na experiência dos alunos. A pesquisa sugere a necessidade de revisões na estrutura curricular e maior atenção às expectativas dos estudantes, especialmente em um curso que forma profissionais para atuar em um cenário global cada vez mais desafiador.

Redação: Diogo A. Cirillo

Revisão: Luísa Guena

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