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Participação de Bolsonaro em manifestações reforça discussão sobre impeachment

André Singer avalia que a recaída do presidente em uma manifestação autoritária intensifica conversas sobre seu impedimento ler

24 de abril de 2020 - 18:05

Tem-se falado muito, nos últimos dias, sobre um possível processo de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro. Isso decorre de sua participação nas manifestações do último domingo (19), em particular daquela feita em frente a um quartel general do Exército, em Brasília. Ele discursou a um conjunto de pessoas que pediam o fechamento do Congresso e o retorno do Ato Institucional número 5 (AI-5).

“Essa participação do presidente, em uma manifestação declaradamente a favor da intervenção militar, não é nova. Ele já havia feito isso no dia 15 de março, nós até comentamos aqui na Rádio USP, na ocasião dos primeiros panelaços”, comenta André Singer, professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, na coluna Poder e Contrapoder desta semana.

Ele avalia que a razão do debate sobre um possível impedimento decorre dessa recaída do presidente em uma manifestação de natureza autoritária. Na segunda-feira (20), o presidente voltou atrás, mas completou dizendo: “Eu sou realmente a Constituição”. Para Singer, essa forma de avançar e recuar é uma técnica usada por ele desde o primeiro dia de mandato. “Ele vai até um ponto muito arriscado, muito provocador, comete atos que não podia cometer e, nessa medida, está cometendo crime de responsabilidade, por isso que se fala em impeachment; e depois ele recua, como se não fosse nada”, aponta.

Fonte: A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, vai ao ar toda quinta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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