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Pandemia acirra tensões geopolíticas ao redor do mundo
Rubens Barbosa comenta tensões entre EUA e China, disputas nos mares do sul do país asiático e guerra por uma vacina contra o coronavírus ler
Os rastros deixados pelo novo coronavírus não se resumem à crise sanitária, nascem também neste momento consequências geopolíticas e geoeconômicas importantes. Entre elas, se destacam o crescimento da tensão entre Estados Unidos e China, a guerra pela produção das vacina contra a covid-19 e o aumento das tensões militares nos mares do sul da China. O professor Rubens Barbosa comenta cada um dos casos em sua coluna Diplomacia e Interesse Nacional de hoje (19).
As tensões mais relevantes são as ocorridas entre as duas maiores potências do mundo. Enquanto, desde o início da pandemia, Donald Trump, presidente dos EUA, tem acusado o país asiático de esconder do resto do mundo os perigos do sars-cov-2, a China ameaça desfazer acordos de comércio com os americanos. Além disso, os países vivem corrida acirrada na área tecnológica, disputando a criação e comercialização do 5G (dados móveis).
Os atritos no sul do mar da China entre o gigante asiático e países como Malásia, Vietnã e Filipinas, em razão da soberania sobre territórios importantes em termos de criação de energia, se arrastam há décadas. A China, portanto, aproveitou a atual instabilidade dos EUA, que apoiam os países menores nesse conflito, para instalar bases do exército e centros de pesquisa no local.
E os Estados Unidos não escapam de um só conflito: a Sanofi, empresa farmacêutica francesa, declarou recentemente que os EUA tinham preferência caso fosse desenvolvida uma vacina contra o novo coronavírus, já que haviam realizado grandes investimentos na companhia. Emmanuel Macron, presidente da França, não gostou da declaração e a apontou como inaceitável, já que o país natal da Sanofi deveria receber os imunizantes.
Fonte: A coluna Diplomacia e Interesse Nacional, com o professor Rubens Barbosa, vai ao ar toda terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.