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Editorial

O “salvador” dos servidores estaduais da Famema

Enquanto o prefeito diz "salvar" servidores estaduais, o funcionalismo público municipal aguarda seu super-herói ler

14 de março de 2020 - 09:00

A regulamentação do quadro de pessoal da Fumes (Fundação Municipal de Ensino Superior de Marília), responsável pelo complexo HCFamema, deveria ter ocorrido há mais de 20 anos.

E nenhum prefeito, governador ou deputado fez no tempo devido e razoável. Coube ao atual prefeito Daniel Alonso legalizar a situação por força do seu cargo.

Prova disso é que tal empreitada já foi promovida em outros hospitais do Estado, tais como no HC de Botucatu da Unesp e no Hospital de Base de São José do Rio Preto gerenciado pela Famerp.

Nessas duas outras cidades, nenhum prefeito “vendeu” a medida à população como se fosse ato de heroísmo, de salvação de empregos no setor público.

Até porque, os recursos utilizados no pagamento dos servidores da Famema e do Hospital das Clínicas são investimentos do governo do Estado de São Paulo e só passa pela prefeitura devido à origem da Faculdade ter sido municipal. Caso algum político tenha “salvo” algo nessa história, ele atua no nível estadual.

O fato é que faltava à Famema essa medida administrativa que corrige distorções promovidas pelo poder público local e estadual sobre a carreira de servidores públicos que dedicam suas vidas ao trabalho insalubre em complexo hospitalar. Fez-se o justo, escolheu-se o caminho natural da legalidade para o imbróglio.

O lado negativo do assunto é transformar o correto na administração pública em discurso político de excepcionalidade. “Eles nunca fizeram, nós fizemos”. Portanto, somos heróis, salvamos a Famema e os servidores estaduais.

Enquanto, na realidade, o tal feito – a lei – apenas corrige os equívocos administrativos na contratação dos servidores estaduais da Faculdade de Medicina do que resolve a pendenga na carreira de cada trabalhador do HCFamema.

“Salva” mesmo o lado patronal, administrativo e jurídico dos governos estadual e municipal.

Já a “balbúrdia” de “salvar” os servidores e a FAMEMA não passa dos efeitos da síndrome da arrogância.

Aos servidores municipais que esperavam ser “salvos” pelo “mito do bom patrão”, nem as migalhas. Prefeito Daniel “salva” seus servidores, todos clamam.

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