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O ócio leva às fake news, o trabalho voluntário pode ser uma opção

Não se combate a desinformação com má informação, mas indo à raiz do problema e tentando mudar isso ler

22 de julho de 2024 - 11:52

Na coluna desta semana, Luli Radfahrer comenta sobre o problema das fake news. Para ele, de fato não existe uma solução para as fake news, mas, acredita que a abordagem do problema está sendo feita de um ponto de vista equivocado. “A gente tem que começar a entender por que a pessoa que consome fake news. […] É mais ou menos como você torcer para um time e você vai conversar com uma pessoa que torce para o time adversário. Você vai ter que entender que ela, no fundo, como você, tem os mesmos motivos.”

Segundo o colunista, nem eles mesmos acreditam, por exemplo, que a terra é plana. “Se você acredita que a terra é plana, não pode usar telefone celular, porque o telefone celular depende de satélite e o satélite não vai funcionar na terra plana, não é? O que que esse indivíduo quer, na verdade, é ter uma espécie de autoridade, uma espécie de poder”, reflete. E questiona as razões para as pessoas buscarem as informações. “Você se informa sobre algumas coisas e não sobre outras. Um exemplo é que eu não faço a menor ideia de qual é o regime político de Bangladesh. E eu não tenho nenhuma autoridade sobre o que está acontecendo na Rússia ou em Israel. Então por que que eu vejo essa notícia? Eu vejo essa notícia, na verdade, porque eu quero mostrar para o meu grupo social que eu não sou uma ‘besta quadrada’. Então, muitas vezes, você lê a notícia para ter o que conversar e para poder passar alguma autoridade para o seu grupo, para poder se estabelecer. Assim, ler notícias também é uma função muito social”, acrescenta o professor.

Frente a tudo isso, o que pode ser feito? Radfahrer sugere que é possível auxiliar oferecendo um trabalho comunitário. “Às vezes você pega uma pessoa que é radical e coloca para fazer um trabalho comunitário. Pode num jardim público, pode ser dar sopão da meia-noite, pode fazer qualquer coisa para que ela comece a se sentir valorizada, começa a se sentir importante. E rapidamente ela larga da bobagem de ‘terra plana’ ou qualquer outra”, orienta. Para ele, é possível combater a desinformação indo à raiz do problema.

Fonte: Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.

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