A Rússia revelou recentemente o míssil Oreshnik, descrito como um avanço estratégico em seu arsenal militar. O míssil foi testado em condições de combate, destacando sua capacidade de operar em cenários reais. Este sistema é baseado no modelo RS-26 Rubezh, com inspiração no RS-24 Yars, e incorpora melhorias como ogivas manobráveis, o que dificulta sua interceptação.

Especificações e Capacidades

O Oreshnik atinge velocidades hipersônicas de Mach 10, aproximadamente 12.350 km/h, tornando-o um dos armamentos mais rápidos e difíceis de interceptar atualmente. Ele também é capaz de carregar várias ogivas, tanto nucleares quanto convencionais, que podem seguir trajetórias independentes. Essa característica aumenta sua letalidade e eficácia contra sistemas antimísseis modernos.

Com um alcance intermediário de cerca de 1.000 km, ele foi projetado para atingir alvos estratégicos em regiões como Europa e Ásia. Especialistas indicam que, se for lançado do Extremo Oriente Russo, pode teoricamente atingir partes da costa oeste dos EUA.

Contexto Estratégico

O lançamento ocorre em um momento de tensão crescente entre a Rússia e o Ocidente, especialmente devido à guerra na Ucrânia.

O presidente Vladimir Putin afirmou que o míssil, em sua configuração hipersônica não nuclear, representa um desafio para as atuais defesas antimísseis.

Segundo analistas, ele sinaliza uma nova etapa na corrida armamentista global, especialmente após o fim do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 2019.

Implicações Militares e Econômicas

Apesar do impacto estratégico, o sistema é considerado caro e não está sendo produzido em massa, segundo especialistas. Esse fator pode limitar seu uso em larga escala, mas não diminuir seu valor como ferramenta de dissuasão e demonstração de força.

Desafios para a Defesa

As ogivas manobráveis ​​dificultam significativamente sua interceptação, tornando o Oreshnik um desafio para sistemas de defesa antimísseis como os criados pelos EUA na Europa.

Além disso, vídeos do teste indicam que ele pode lançar até seis ogivas simultaneamente, um aumento substancial em sua capacidade destrutiva.

O Oreshnik consolida a posição da Rússia como líder no desenvolvimento de armas hipersônicas, mas também reforça as preocupações sobre a escalada militar global e o equilíbrio de poder estratégico.

Redator: Guilherme Silva Domingues

Revisor: Ruan Cezar Santos Barbosa

Foto de Nikolay Vorobyev na Unsplash