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Editorial

O mito do bom patrão

O mito do bom patrão de Daniel Alonso derreteu já no primeiro ano da gestão municipal ler

12 de março de 2020 - 17:14

O prefeito Daniel Alonso foi eleito em 2016 com uma vantagem minúscula de 1.895 votos. Um dos fatores determinantes para a sua vitória foi o apoio do servidor público municipal. A corporação votou e pediu votos para ele.

Além disso, os servidores fizeram um bom combate, um enfrentamento cheio de significados contra a administração anterior, a qual julgavam prejudicial aos seus interesses trabalhistas. Esta postura desgastou o prefeito à época, facilitando muito a vitória do então candidato Daniel Alonso.

A escolha de Daniel como candidato dos servidores municipais deveu-se, em grande medida, ao mito do bom patrão Daniel Alonso da Casa Sol e suas promessas de reajuste salarial e, principalmente, o Plano de Carreira do Servidor Municipal.

Essa “estória” do bom patrão foi inventada e propagada pelos prêmios que a empresa do então candidato Daniel ganhava de uma revista de negócios importantes do país.

O então candidato disseminava o mito do bom patrão, segundo o qual a instituição na qual ele era gestor tratava em alto nível seus funcionários. A ideia era turbinada pelos investimentos financeiros do próprio grupo Sol nas mídias locais: TV’s, rádios, revistas, jornais, portais de internet etc.

Todos acreditaram na figura de um bom patrão e do gestor competente, eficiente e honesto. Principalmente, os servidores municipais.

Eleito, o prefeito Daniel Alonso adotou comportamento duro nas negociações salariais, revogou Plano de Carreira, não cumpriu os prazos estabelecidos por ele mesmo para efetivar uma nova proposta às categoriais de trabalhadores.

Além disso, abusou de cargos comissionados e criou dificuldades à aposentadoria de servidores municipais com direitos adquiridos. Para piorar, não realizou repasses ao IPREMM (Instituto de Previdência do Município de Marília) piorando a situação financeira da instituição.

Cortou benefícios de aposentados, horas extras, pagamento in pecúnia de direitos trabalhistas não usufruídos quando da aposentadoria. A corregedoria abria sindicância por motivos toscos, inclusive tendo que arquivar muitos processos.

Para a tragédia de todos, sobretudo dos trabalhadores da Prefeitura, o mito do bom patrão desapareceu rápido. Sua solidez desmanchou no ar. A decepção foi generalizada.

Entretanto, a proposta eleitoreira de rever plano de carreira agora parecerá cinismo, tapa na cara do servidor público. E pode servir tão somente para transformar a decepção em ódio.

 

 

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