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O futuro nos reserva a vida em bolhas

Guilherme Wisnik especula sobre como será a ocupação do espaço urbano a partir da nova realidade engendrada pela pandemia da covid-19 ler

02 de junho de 2020 - 19:09

Como ficará a ocupação do espaço urbano a partir da nova realidade gerada pela pandemia do novo coronavírus? Sobre isso especula o professor Guilherme Wisnik nesta edição de sua coluna. Na sua visão, uma nova cultura deve se impor, a do isolamento e da proteção, como já se vê em vários países que estão liberalizando as medidas de restrição. Ou seja, estamos falando de uma realidade que coloca em crise toda a ideia mais libertária e democrática do uso da cidade como ponto de encontro com o outro e de como lidar com a diferença, “diferentes credos, diferentes línguas, diferentes etnias, diferentes culturas”.

“O risco é que essa situação pandêmica nos leve para uma tendência, que já era uma tendência há muito tempo, que é a da proteção e do isolamento, do medo do outro, da securitização, tudo isso que cada vez mais se torna presente nas nossas realidades, que são os muros, as cercas elétricas, as guaritas, a ideia de estar separado.” Wisnik vê um futuro em que viveremos em bolhas, como já acontece nas redes sociais.

Enquanto isso, diz ele, o espaço público é “sequestrado” no Brasil pelos bolsonaristas e pelos movimentos de direita, “os únicos que têm vontade e coragem de ir para as ruas”. No resumo da ópera, a rua deixou de ser o espaço por excelência dos movimentos contestatórios. É um cenário preocupante em relação ao que nos reserva o futuro.

Fonte: A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar toda quinta-feira às 9h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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