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Ciência & Economia

O ambiente sustentável precisa migrar para o mundo da tecnologia

Ao analisar a atual crise por que passam as grandes empresas de tecnologia, Luli Radfahrer diz que precisam evoluir e deixar de lado o atual modelo ler

27 de maio de 2023 - 19:00

A crise atual enfrentada pelas grandes empresas de tecnologia é o tema desta coluna do professor Luli Radfahrer, que não gosta de comparar o atual momento vivido por estas com a bolha especulativa de 2001, a bolha da ponto com. De acordo com ele, a situação hoje é diferente. “A gente tem um problema, em que um modelo de faturamento é que precisa mudar. Existe toda uma estrutura baseada em cinco grandes empresas, em que elas estão em cima de um modelo de negócio que é muito tarja preta, e isso precisa mudar.”

No modelo atual, o único objetivo é ter cada vez mais usuários e nenhum modelo de faturamento, diz o colunista. “Então, isso é um enorme problema,  porque ele gera pouquíssimo valor e a única coisa que tem algum valor ali ali é sequestro de dados. Você acaba tendo esse problema de privacidade, esse problema do Instagram influenciando meninas a terem problemas alimentícios etc.,  por quê? Porque basicamente eles não têm como ganhar dinheiro.”

Seja como for, Radfahrer diz que esse modelo predatório de ser já está em fase de mudanças, ditadas por fatores externos, como a alta da taxa de juros nos Estados Unidos, o que leva o investidor a preferir colocar dinheiro em um fundo do governo, que tem poucos riscos, do que  numa empresa de ponto com, que tem um enorme risco.

“Essa mudança está fazendo um monte de empresas quebrar, principalmente as empresas com modelo de crescimento rápido, e a gente tem que mexer para passar a ter uma tecnologia em que, se algo mexe com as pessoas, ela não pode ser tarja preta, ela não pode ser perigosa, não posso ter o risco de ter uma rede social que gera grupos de ódio, que gera grupos antivacina.”

Nem tudo está perdido, porém, pois ele acredita que as indústrias de tecnologia possam evoluir. “A gente precisa criar um modelo mais transparente, que se preocupe realmente com o bem-estar do usuário.

É só você pensar que várias indústrias visam ao lucro, mas dá para produzir alimentos sem matar todo mundo de diabete, dá para você ter um hotel que dá lucro sem custar uma fortuna nem destruir o meio ambiente em volta, então a ideia é que esse ambiente sustentável precisa migrar para o mundo da tecnologia, que até agora sempre se vangloriou do fato de, por ser virtual, não tem efeitos no mundo real. A gente está vendo que não é bem assim.”

Fonte: Jornal da USP

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