A velha tática de reduzir a velocidade perto dos radares pode estar com os dias contados. Com a chegada dos radares que calculam a velocidade média entre dois pontos, o Brasil começa a adotar uma fiscalização mais eficiente e moderna.

Revolução na Fiscalização de Velocidade

Os novos radares de velocidade média acompanham o tempo que o veículo leva para percorrer um trecho específico de rodovia. Se o tempo for menor do que o esperado, significa que o motorista ultrapassou o limite de velocidade.

Essa tecnologia, já usada em países como Itália e França, ajudou a reduzir mortes no trânsito em até 50%. Além disso, elimina brechas no sistema, incentivando uma direção segura ao longo de todo o percurso, e não apenas em trechos específicos.

Essa tecnologia também identifica outras infrações, como uso de celular ao volante, excesso de passageiros e conversões proibidas, ampliando o alcance da fiscalização.

Primeiros Passos no Brasil

A BR-050, em Uberaba (MG), foi a primeira rodovia federal a instalar radares de velocidade média. Desde outubro, dois aparelhos monitoram um trecho de 11 km com limite de 80 km/h. Por enquanto, a fiscalização é educativa, sem multas, mas visa conscientizar os motoristas sobre a necessidade de respeitar os limites de velocidade.

Em São Paulo, o movimento é ainda mais robusto. A Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304) será pioneira na adoção dos equipamentos em janeiro de 2025. O estado também licita mais 649 radares para 150 rodovias estaduais, trazendo funções adicionais como leitura de placas e transmissão de dados em tempo real. Com um investimento de R$ 202,6 milhões, o objetivo é modernizar e tornar as estradas mais seguras.

Mudança de Hábitos no Trânsito Brasileiro

Com a expansão dessas tecnologias, motoristas terão que abandonar velhos hábitos, como a “freada estratégica” antes dos radares. A fiscalização mais inteligente exige uma direção constante e atenta, transformando o comportamento dos condutores.

Mais do que punir infrações, a adoção dos radares Doppler busca salvar vidas. Dados de países onde essas tecnologias já são utilizadas mostram quedas expressivas no número de acidentes fatais, provando que a segurança viária depende diretamente do respeito às regras.

No Brasil, o impacto dessa modernização deve ir além da redução de acidentes. A mudança na forma de dirigir também pode contribuir para uma convivência mais harmoniosa nas estradas, onde todos, de motoristas a pedestres, se beneficiam de um trânsito mais seguro e responsável.

Redação: Ruan Cezar S. Barboza

Revisão: Guilherme Silva Domingues