Novas propostas poderiam ajudar jornalismo a sair de crise financeira
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Para o colunista, embora governos continuem sendo dos poucos atores que podem ajudar o jornalismo, deve-se pensar propostas envolvendo redes sociais ler
Governos ao redor do mundo estão sendo pressionados para criar algum tipo de apoio para as mídias locais que sofrem economicamente por conta da pandemia da covid-19. É ético empresas jornalísticas aceitarem a ajuda financeira do governo? O professor Carlos Eduardo Lins da Silva responde a essa pergunta na edição de hoje: “Em princípio, não, porque sempre há a tendência de os governos tentarem se aproveitar da situação para depois tentarem influenciar o conteúdo do jornalismo”. Entretanto, o professor cita modelos que funcionam hoje, como o exemplo da BBC, corporação pública de rádio e televisão da Inglaterra que é financiada por impostos da compra de aparelhos de rádio e televisão.
Outra questão é a escolha de qual mídia, tradicional ou nova, deve ser beneficiada. Para o colunista, não deve haver critérios, com ajuda para ambas: “Essa que é a dificuldade em você se beneficiar de dinheiro público ou governamental, porque sempre há de haver critérios. O ideal seria que as vantagens fossem usufruídas por todos de maneira indistinta, mas isso é muito complicado. Você vai dar privilégio para os jornais antigos, impressos e veículos mais tradicionais ou vai beneficiar os mais modernos? Essa é uma possibilidade de critério, mas bastante discutível”.
Para o colunista, pensar em novas propostas que envolvam as redes sociais e grandes empresas pode ser uma saída para ajudar o jornalismo: “Temos que ver que tipo de proposta poderia ser feita e algumas que são interessantes; por exemplo, na Austrália já se tenta fazer com que Facebook, Google e outras plataformas de redes sociais, que usam notícias sem pagar por elas, passem a pagar”.
Fonte: A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar toda segunda-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.