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Novas propostas poderiam ajudar jornalismo a sair de crise financeira

Para o colunista, embora governos continuem sendo dos poucos atores que podem ajudar o jornalismo, deve-se pensar propostas envolvendo redes sociais ler

19 de maio de 2020 - 14:10

Governos ao redor do mundo estão sendo pressionados para criar algum tipo de apoio para as mídias locais que sofrem economicamente por conta da pandemia da covid-19. É ético empresas jornalísticas aceitarem a ajuda financeira do governo? O professor Carlos Eduardo Lins da Silva responde a essa pergunta na edição de hoje: “Em princípio, não, porque sempre há a tendência de os governos tentarem se aproveitar da situação para depois tentarem influenciar o conteúdo do jornalismo”. Entretanto, o professor cita modelos que funcionam hoje, como o exemplo da BBC, corporação pública de rádio e televisão da Inglaterra que é financiada por impostos da compra de aparelhos de rádio e televisão.

Outra questão é a escolha de qual mídia, tradicional ou nova, deve ser beneficiada. Para o colunista, não deve haver critérios, com ajuda para ambas: “Essa que é a dificuldade em você se beneficiar de dinheiro público ou governamental, porque sempre há de haver critérios. O ideal seria que as vantagens fossem usufruídas por todos de maneira indistinta, mas isso é muito complicado. Você vai dar privilégio para os jornais antigos, impressos e veículos mais tradicionais ou vai beneficiar os mais modernos? Essa é uma possibilidade de critério, mas bastante discutível”.

Para o colunista, pensar em novas propostas que envolvam as redes sociais e grandes empresas pode ser uma saída para ajudar o jornalismo: “Temos que ver que tipo de proposta poderia ser feita e algumas que são interessantes; por exemplo, na Austrália já se tenta fazer com que Facebook, Google e outras plataformas de redes sociais, que usam notícias sem pagar por elas, passem a pagar”.

Fonte: A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar toda segunda-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção  do Jornal da USP e TV USP.

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