O Nintendo Switch 2 entrou oficialmente para a história da indústria de videogames ao vender 3,5 milhões de unidades nos primeiros quatro dias de lançamento, consolidando-se como o console de venda mais rápida da história da Nintendo. O número ultrapassa os desempenhos iniciais de consoles como o PlayStation 4 e o PlayStation 5, que levaram semanas para atingir marcas similares.

A meta da empresa agora é ambiciosa: 15 milhões de unidades até março de 2026. Por trás desse desempenho, estão três fatores decisivos: planejamento logístico exemplar, continuidade com o catálogo de jogos do Switch original e uma nova política de preços, que posiciona a Nintendo como referência — e também como alvo de discussões no mercado.

Nintendo dá aula de logística

Diferente de outros grandes lançamentos recentes, como o PS5 que sofreu com falta de estoque, a Nintendo surpreendeu ao evitar a escassez. A decisão de escolher a Samsung, e não a TSMC, como fornecedora de chips, foi fundamental. Essa escolha reduziu o risco de competição de produção com gigantes como a Apple, além de garantir que a Nintendo tivesse prioridade e foco na produção de componentes.

A empresa também optou por tecnologias mais maduras, facilitando a fabricação em larga escala e evitando gargalos. O resultado prático foi visto nas prateleiras: mesmo com alta demanda e longas filas, o console esteve disponível em quantidade suficiente nas lojas.

Além de melhorar a experiência de compra para o consumidor, a estratégia teve outro efeito positivo: frustrou os revendedores que planejavam lucrar com a revenda a preços abusivos no mercado secundário.

Continuidade e compatibilidade

O Switch 2 representa uma mudança importante na estratégia da Nintendo: é o primeiro console da empresa a adotar uma continuidade direta com sua geração anterior. O novo modelo mantém compatibilidade com a maioria dos jogos físicos e digitais do Nintendo Switch, incluindo sucessos como Mario Kart 8 Deluxe, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Animal Crossing: New Horizons, Super Smash Bros. Ultimate, Donkey Kong Country Returns HD e Metroid Prime Remastered.

Além disso, vários títulos receberão atualizações de compatibilidade para tirar proveito das melhorias gráficas e de desempenho do Switch 2. Isso atende a uma demanda crescente dos jogadores, que querem continuar explorando seus jogos favoritos com qualidade superior, sem precisar recomeçar a biblioteca a cada nova geração.

Uma tendência preocupante?

Se por um lado a Nintendo acertou na logística e na continuidade, por outro ela adotou uma política de preços mais agressiva. O Switch 2 chega ao mercado americano por US$ 449,99, enquanto no Brasil o valor inicial é de R$ 4.500. Os jogos também acompanham o movimento: os principais títulos de lançamento custam US$ 80 nos EUA e chegam a R$ 500 no Brasil.

O sucesso inicial pode incentivar outras empresas do setor a seguir pelo mesmo caminho, consolidando uma tendência de encarecimento global dos consoles e jogos. Especialistas alertam que essa realidade pode afastar parte do público, especialmente em países com menor poder aquisitivo.

O futuro da indústria de games em debate

Com o Switch 2, a Nintendo não apenas quebrou recordes: redefiniu padrões sobre como um lançamento pode ser bem-sucedido mesmo com preços mais altos, desde que acompanhado de logística eficiente e respeito à base de jogadores.

Resta saber se os concorrentes vão absorver essas lições ou insistirão nos velhos modelos de escassez e ruptura geracional. E você, o que acha dessa nova abordagem? O que mais pesou na sua percepção do Switch 2: o preço, a disponibilidade ou a chance de jogar seus títulos favoritos com qualidade superior?

Redação: Ruan Cezar Barboza
Revisão: Guilherme Domingues

Imagem/Divulgação: Nintendo – Nintendo Switch 2