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Neil Gaiman é acusado de abuso sexual por oito mulheres
Escritor britânico é acusado de relações violentas e não consensuais com funcionárias e fãs entre 1986 e 2022 ler
Acusações de abuso sexual contra o renomado autor britânico Neil Gaiman, conhecido por obras como “Sandman” e “Coraline”, vieram à tona em reportagens publicadas tanto pela Vulture quanto pela New York Magazine.
Ao longo de 36 anos, oito mulheres acusam o escritor de manter relações violentas e não consensuais, as quais, segundo os relatos, envolviam tanto fãs quanto funcionárias.
Por outro lado, ele nega as acusações, afirmando que todas as interações foram consensuais.
Relatos de Abuso
Entre as vítimas, Scarlett Pavlovich destacou-se ao afirmar que conheceu Gaiman através de sua ex-esposa, Amanda Palmer, enquanto trabalhava como babá do filho do casal.
De acordo com Scarlett, ela foi abusada em diversas ocasiões, incluindo um episódio em que Gaiman teria entrado nu na banheira onde ela estava e, sem o seu consentimento, tentado iniciar relações sexuais.
Além disso, em outro incidente relatado, ele teria usado manteiga como lubrificante durante uma tentativa de sexo anal, mesmo depois que ela recusou.
Por sua vez, Kendra Stout, outra vítima, compartilhou que conheceu o autor aos 18 anos, em 2003, e começou um relacionamento com ele aos 20.
Segundo Kendra, ela foi submetida a práticas sexuais dolorosas e não consensuais, as quais incluíram agressões físicas e humilhação.
Outras mulheres também relataram episódios de abuso relacionados a práticas de BDSM (dominação, submissão e sadomasoquismo).
Elas alegam que, em várias ocasiões, o autor teria desrespeitado limites e não discutido previamente as práticas envolvidas.
Uma dessas mulheres, identificada apenas como Caroline, revelou que Gaiman a forçou a tocá-lo enquanto ambos estavam na presença de seu filho.
Resposta do Escritor e Críticas
Por meio de seus representantes, Neil Gaiman negou as acusações, reafirmando que todas as relações foram consensuais. No entanto, em alguns casos, os responsáveis realizaram pagamentos financeiros às vítimas.
Um exemplo citado foi o pagamento de US$ 60 mil feito a Katherine Kendall para custear terapia.
Ainda assim, essas alegações de “reparação” não impediram que as mulheres se manifestassem publicamente.
Paralelamente, as reportagens ressaltaram que, apesar das denúncias, projetos relacionados às obras de Gaiman continuam em produção, incluindo a segunda temporada da série “The Sandman” na Netflix.
Esse fato, por sua vez, gerou críticas direcionadas à falta de responsabilização em casos envolvendo figuras influentes da indústria cultural.
Rede de Apoio entre as Vítimas
Desde que as denúncias se tornaram públicas, algumas das vítimas passaram a organizar uma rede de apoio por meio de aplicativos de mensagens.
Scarlett Pavlovich, por exemplo, reuniu-se com outras mulheres em Atlanta para compartilhar experiências e oferecer suporte mútuo.
“Foi como conhecer sobreviventes do mesmo culto”, comentou uma delas.
As acusações continuam sob apuração, ganhando cada vez mais atenção internacional.
Enquanto isso, as supostas vítimas pedem que tanto a indústria cultural quanto os fãs reflitam mais profundamente sobre os limites do consentimento e sobre a exploração de poder em relações marcadas por desigualdade.
Redatora: Isabela Campanhã da Silva
Revisora: Luísa Guena
Reprodução de Imagem: Neil Gaiman via Instagram