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Negacionismo de certos líderes é tão perigoso quanto a pandemia

A professora Marília Fiorillo usa as tensões que ocorrem nos EUA para exemplificar a questão ler

09 de maio de 2020 - 18:00

Muitos temiam que a maior intervenção do Estado para conter a pandemia e decretar quarentena e lockdown fosse o esperado pretexto para a consolidação dos abomináveis Estados de exceção. Ironicamente, segundo a professora Marília Fiorillo, ocorre o contrário. Na coluna Conflito e Diálogo desta semana, ela explica que os negacionistas, “aqueles para quem milhões de mortes não interessam, se mostram muito mais inclinados à tirania e ao menosprezo pelo principal dos direitos humanos, que é o direito à vida”.

Ela continua dizendo que aqueles que mais se diziam defensores da liberdade de ir e vir são os que mais têm interferido para piorar a vida dos cidadãos. Ela exemplifica essa questão com os Estados Unidos: “Primeiro era uma gripezinha, depois uma gripe para qual bastava uma boa dose de cloroquina; o último capítulo é dizer que o vírus foi fabricado na China”, explica. A professora afirma que, apesar de não se dever acreditar piamente no que é divulgado na China, não se pode transformar uma tragédia em história de gibi. “Para Trump, a covid-19 é um golpe maligno de alguns vilões da Marvel para dizimar o império do Ocidente”, completa.

As afirmações de Trump bateram de frente com as do cientista encarregado de manejar a crise nos EUA, Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (Niaid). Ele deu uma entrevista à National Geographic desmentindo hipóteses de conspiração chinesa, o que causou um desconforto interno. O doutor ainda perguntou: “Quantas mortes e sofrimento vocês estão dispostos a aceitar para que a gente retorne ao que dizem ser a normalidade?”.

Fonte: A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar toda sexta-feira às 10h50, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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