O MP-SP (Ministério Público) recebeu o inquérito concluído pela Polícia Civil que investigou o padre suspeito de atropelar Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, de 40 anos, que teria furtado a casa paroquial de uma igreja em Santa Cruz do Rio Pardo no último dia 7 de maio. O padre Gustavo Trindade dos Santos foi indiciado por tentativa de homicídio.

Em resposta, o MP solicitou à Justiça Criminal que intime o padre para prestar depoimento. O delegado responsável pelo caso, Valdir Alves de Oliveira, concluiu o inquérito sem a oitiva do padre, já que o mesmo foi intimado a ir até a sede do Deic (Departamento Especializado de Investigações Criminais) na capital paulista e não compareceu ao local.

Um novo pedido do advogado do frei, protocolado no dia 26 de maio ao juiz, informou que o padre Gustavo deseja ser ouvido para prestar esclarecimentos sobre o caso. Cabe à Justiça decidir se enviará uma nova carta de intimação ao endereço do convento Santo Alberto Magno, no bairro de Perdizes, para onde o investigado se mudou.

Internado desde o dia do atropelamento, Ângelo teve uma melhora e voltou para a Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo, depois de ter sido encaminhado para Ourinhos. No momento, o estado de saúde é estável e ele está fora da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Um exame de corpo de delito foi solicitado pelo IML (Instituto Médico Legal) para periciar a gravidade dos ferimentos.

Dois pedidos de prisão preventiva contra Gustavo já foram feitos pela polícia, mas negados pela Justiça.

Uma nova imagem mostra uma segunda pessoa que estaria no carro conduzido pelo padre. O atropelamento foi flagrado por câmeras de segurança (assista acima).

A Polícia Civil de Santa Cruz do Rio Pardo confirmou que se trata de uma nova testemunha identificada pelo setor de inteligência. O homem, que não teve identidade revelada, seria um jovem estudante da Escola Apostólica Dominicana e estaria no banco do passageiro, ao lado do frei, no momento do atropelamento.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, o estudante prestou depoimento e alegou que estaria em estado de choque depois do ocorrido e, por isso, não teria se apresentado à polícia.

Em 23 de maio, quatro dias depois de faltar ao depoimento, o padre Gustavo participou de uma missa no Santuário Nossa Senhora de Fátima, em Santa Cruz do Rio Pardo.