Moda afro-brasileira é símbolo de resistência contra a discriminação racial
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Moda afro-brasileira é símbolo de resistência contra a discriminação racial
Pesquisadora Maria do Carmo Paulino dos Santos realizou estudo sobre a moda afro-brasileira enquanto resistência e ação política ler
Na entrevista desta quinta-feira (9) em Os Novos Cientistas, o tema em questão foi a moda afro-brasileira e como esse modo de vestir acaba sendo uma forma de resistência à discriminação.
De acordo com a desenhista industrial Maria do Carmo Paulino dos Santos, autora da pesquisa Moda Afro-Brasileira, Design de Resistência: O Vestir Como Ação Política, o objetivo foi identificar como essa moda se insere na sociedade e no campo cultural.
“Esse modo de se vestir acaba instigando seu público a trajar-se como uma ação política”, descreveu Maria do Carmo.
A pesquisa de mestrado, orientada pela professora Claudia Regina Garcia Vicentini, foi apresentada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
“O estudo possibilitou percebermos que esse corpo social usa essa moda como enunciadora do seu discurso político através da composição visual da sua imagem nas marchas dos movimentos negros”, explicou a pesquisadora.
Utilizando a metodologia da investigação qualitativa para identificar elementos culturais visuais presentes nestes trajes, Maria do Carmo definiu como corpos a Marcha do Orgulho Crespo, que aconteceu em São Paulo entre os anos de 2015 e 2017.
Devido ao reconhecimento positivo e afirmativo desta marcha, contra o racismo e o preconceito étnico-racial no Estado de São Paulo, foi aprovada a Lei 16.682/2018, que instituiu o Dia do Orgulho Crespo, que é celebrado, anualmente, no dia 26 de julho.
A moda afro-brasileira, segundo Maria do Carmo, está presente em nosso dia a dia e na luta contra o racismo. A contribuição da mão negra na moda brasileira acontece desde 1500, mas foi totalmente apagada e esquecida, como destacou a pesquisadora.
“A moda brasileira vem a ser contada a partir do século 19 e a contribuição dos povos africanos e afrodescendentes não é considerada”, ressaltou.
Fonte: Jornal da USP (Por jornal.usp.br/?p=336201)
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