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Militares em cargos públicos acentuam tensões entre civis e Forças Armadas

Para Rubens Barbosa, “repetidas manifestações de militares em funções políticas não podem ser confundidas com a postura das Forças Armadas” ler

30 de junho de 2020 - 07:53

Na coluna Diplomacia e Interesse Nacional desta semana, Rubens Barbosa trata das relações entre civis e militares, que, segundo ele, nunca foram bem resolvidas e se distanciam ou se aproximam por interesses comuns ou por questões ideológicas momentâneas.

Para o embaixador, do lado militar, não está explicitada a separação entre o profissionalismo das Forças Armadas como instituição do Estado – sem manifestação de apoio a partido ou grupos políticos – e a atuação de militares que, ao passarem para a reserva, incorporam valores civis e deixam de representar a instituição. Do lado civil, Congresso e sociedade deveriam participar mais na discussão sobre temas de interesse das Forças Armadas, como na discussão sobre estratégia e a política de segurança nacional.

Barbosa afirma que surgiu uma situação diferente no atual governo, com uma acentuação das tensões entre esses dois grupos, em razão da participação de grande número de militares em cargos públicos do governo federal. “Repetidas manifestações de militares em funções políticas não podem ser confundidas com a postura das Forças Armadas”, afirma o embaixador. No entanto, de acordo com ele, a postura antidemocrática das Forças Armadas seria corroborada pelo silêncio de seus comandantes.

O embaixador completa dizendo que seria importante que os comandantes das três forças se manifestassem publicamente, para que ficasse claro o “não comprometimento da instituição na política interna e o seu total respeito à Constituição”.

Fonte: A coluna Diplomacia e Interesse Nacional, com o professor Rubens Barbosa, vai ao ar toda terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7 FM; Ribeirão Preto 107,9 FM) e também no Youtube, com produção do Jornal da USP e TV USP.

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